Ao contrário do que se possa pensar, a famosa Literatura de Cordel, produção típica dos estados nordestinos ainda tem seu público consumidor em Picos e região. Atualmente esse material pode ser encontrado nas bancas de revista da cidade, inclusive nas duas que se localizam na Praça Félix Pacheco. E mesmo em época de internet e meios virtuais de comunicação, os pequenos livretos ainda tem grande saída.
Segundo o dono de umas das bancas, Joaquim de Oliveira, mais conhecido por Quincó, os livretos de cordel vendem bem, desde pessoas mais jovens até idosos, que desejam preservar as tradições. Muitos estudantes secundaristas, universitários e professores também procuram esse produto cultural para a realização de trabalhos acadêmicos.
Caracterizados por serem produzidos artesanalmente, os livretos de cordel abordam temas comuns ao sertanejo, como biografias do Padre Cícero, Lampião, Patativa do Assaré, além de histórias irreverentes envolvendo maridos traídos e as respostas grosseiras do “Seu Lunga”. O preço é bem acessível, variando entre R$ 2,00 e 2,50.
Também dono de uma banca de revista o comerciante José Gonçalves Ribeiro informou que adquire o cordel de comerciantes cearenses, que vem a Picos a cada seis meses. A literatura de cordel é produzida por picoenses, mas não de forma comercial, o que abre espaço para os artistas de outros locais.
O que é?
A literatura de cordel pode ser considerada uma forma de poesia popular, impressa em folhetos ilustrados em forma de xilogravura. Ela chegou ao Brasil através dos portugueses ainda na época da colonização, e encontrou entre os nordestinos o seu maior público.