O Centro de Testagem e Aconselhamento DST/AIDS de Picos (CTA) registrou 81 casos de sífilis até o mês de outubro deste ano. Em 2015 foram registrados 78 casos dessa doença. Esses números vão na contramão da contaminação pelo vírus HIV, que vem sofrendo uma regressão gradual. No ano passado 32 pessoas da região foram diagnosticadas com AIDS, enquanto que até o momento surgiram 17 casos.
De acordo com a coordenadora do CTA, enfermeira Oseane Silva Vieira, os números são válidos para toda a região de Picos, uma vez que a cidade é um centro de referência. Ela explicou que esse aumento da sífilis não é uma particularidade regional, pois vem se verificando em todo o país. A transmissão da bactéria causadora da sífilis ocorre basicamente através da relação sexual, o que mostra a necessidade da prevenção.
A enfermeira explica que as pessoas não podem manter relações íntimas apenas confiando no parceiro ou parceira sem usar preservativo, pois a doença só é perceptível quando os sintomas aparecem. Até então o portador da bactéria, que permanece incubada, parece gozar de boa saúde.
Além da ausência de preservativos a negligência no tratamento da doença pelos pacientes também é um fator que explica a sua expansão. Ele é realizado através das famosas injeções de benzetacil, extremamente dolorosas. “Tem pessoa que toma uma injeção e não quer mais, e também a questão do parceiro, pois ele também tem que fazer o tratamento”, destacou.
Segundo Oseane Silva a sífilis é dividida em três estágios: primária, secundária e terciária, além da congênita, quando é transmitida da mãe para o bebê no período da gestação. Em sua primeira fase surge uma ferida vermelha na pele, que some logo, em seguida surgem manchas avermelhadas e escuras espalhadas pelo corpo. Em sua última fase ela compromete órgãos internos podendo levar à morte.
Muitas pessoas subestimam o surgimento dessas manchas e buscam tratamento quando já é tarde. Em caso de sintomas como os já descritos Oseane aconselha as pessoas a se dirigirem ao CTA de Picos. São oferecidos 30 exames por dia de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 13h00. O resultado sai em apenas quatro dias em média. O ideal é que esses testes sejam realizados uma vez por ano.