Maquinário escava morro e moradores entram em pânico

Ao longo de toda esta semana uma retroescavadeira tem sido vista retirando terra de um morro localizado às margens da Av. Deputado Sá Urtiga, próximo a Av. Severo Eulálio. Além desse trabalho estar sendo realizado sem o consentimento do Conselho Municipal de Meio Ambiente, os moradores que residem no bairro Morada do Sol, acima de onde as máquinas se encontram, estão em pânico e já entraram em contato com autoridades pedindo providências.

Nossa equipe esteve na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e descobriu que o maquinário não está a serviço de uma construtora, como se pensou inicialmente, mas de particulares, nesse caso o empresário e vice-prefeito eleito de Picos, Edilson Alves de Carvalho (PTB).

O Folha Atual esteve na rua Luís Nunes, bairro Morada do Sol, na manhã desta sexta-feira, 21, e conversou com um dos moradores mais preocupados, o autônomo Marcelo Viana de Oliveira. A casa onde ele vive com a esposa e as duas filhas está bem acima do local onde as máquinas estão retirando areia. A casa já apresentou algumas rachaduras. “Tenho criança pequena vivendo aqui”, destacou.

Marcelo Viana afirmou que Edilson Carvalho já até compareceu nas imediações e informou que o terreno onde as máquinas estão escavando são de sua propriedade. O autônomo disse ainda que entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente de Picos que esteve no local e emitiu uma ordem de embargo da obra, mas o maquinário continua trabalhando. Uma multa de R$ 50 mil também foi emitida. “Queremos apenas não ser prejudicados, pois sempre moramos sossegados e nunca aconteceu esse negócio”, lamentou Marcelo.

Segundo o secretário de Meio Ambiente Glauber Silva a pasta que chefia foi procurada por pessoas que moram nas imediações da área onde a terra está sendo removida. Ele frisou que não estava na Secretaria no dia, mas os fiscais foram até o local e embargaram a obra. Glauber informou que os fiscais são livres para tomar esse tipo de iniciativa sem ter de esperar a sua autorização.

“O embargo foi feito, foi entregue na construtora, mas está havendo uma divergência de legitimidade, e a informação que recebi dos fiscais foi que o dono da construtora foi até a Secretaria de Meio Ambiente e afirmou que a obra não era dele, mas de outra pessoa (Edilson Carvalho)”, explicou.

Edilson Carvalho já havia feito a solicitação da licença ambiental para realizar essa obra em 2015, mas está ainda não teria sido emitida. Para embargar a obra os fiscais se embasaram em dois artigos da Legislação Ambiental de Picos. Atualmente para a realização de qualquer trabalho de grande porte na cidade de Picos é necessário que seja emitida a licença ambiental pela Secretaria.

O terreno realmente é de Edilson Carvalho, mas por ser uma área de  proteção permanente precisa ser realizado um estudo de impacto ambiental. Advogados de Edilson já teria informado que esse estudo será realizado. No entanto, mesmo com o embargo as máquinas continuam escavando o morro.

Nossa esquipe também procurou o empresário Edilson Carvalho para saber se ele comentaria o assunto, mas ele disse que não se pronunciaria ainda.