Entidades de Picos criam “força tarefa” para combater incêndio florestal

Representantes da Prefeitura de Picos, da Câmara Municipal, da Companhia Destacada do Corpo de Bombeiros, do 3° Batalhão de Engenharia e Construção (3° BEC) e do 4° Batalhão de Polícia Militar (BPM), promoveram na manhã deste sábado, 20, uma reunião de emergência no auditório do Palácio Coelho Rodrigues, para debater o incêndio florestal que vem devastando as matas de povoados da zona rural do município.

A comandante do Corpo de Bombeiros, capitã Ana Cléia Diniz Santos, informou que tem se deparado com novos focos de incêndios em locais onde as chamas já estavam controladas. “Questão de 5k de distância, começa outro incêndio, em área que não foi queimada, então desde terça-feira estamos dentro do mato, combatendo as chamas, que são controladas, mas aí acontece isso”, lamentou.

Baseado nesse fato começa-se a suspeitar de que o incêndio, que começou com a combustão de um automóvel, pode estar sendo espalhado de forma criminosa, ou seja, por outras pessoas. “Nós decidimos entrar em contato com a Prefeitura e todas as autoridades da cidade, por que tem de ser investigado, e já está vindo um reforço de Teresina, para que tenha bombeiros em todos os pontos críticos”, comentou.

Como se a situação não estivesse difícil o bastante, a capitã relatou que os bombeiros têm sido mal recebidos por algumas pessoas das comunidades rurais, como “Valparaiso”. Ela frisa que não são todos os moradores, mas tem acontecido. Algo raro em sua experiência como militar. “Está uma coisa estranha”, resumiu.

O comandante do 3° BEC, tenente coronel Emerson, informou que o batalhão já forneceu um carro-pipa para os bombeiros e mais dois estão a caminho, além da hospedagem e refeição para os homens que estão em combate ao incêndio. Os bombeiros que vem de Teresina para esse trabalho ficarão alojados no batalhão.

O tenente coronel informou ainda que fez uma solicitação direta ao Ministério da Defesa, sediado em Brasília – DF, para que os soldados do 3° BEC possam ser usados para combater as chamas. Uma decisão dessa envergadura precisa ter autorização do governo federal.

O comandante do 4° BPM, tenente coronel Edwaldo Viana Lima, ressaltou que a PM, além do apoio através de seus soldados, também tem disponibilizado os drones para o mapeamento das áreas afetadas. Estas máquinas já registraram a extensão da destruição.

Além dos danos causados à saúde humana, com a fumaça que pode ser vista do centro de Picos e de outros municípios, os danos ambientais vão além da mata queimada e da poluição do ar. Muitos animais silvestres estão morrendo queimados. Alguns moradores das imediações de onde está acontecendo o incêndio, como Morrinhos e Valparaiso, relataram que muitos animais têm chegado até suas casas em busca de abrigo.