Acusada de ser a mandante da morte de Chico Ramos, Consuelo está sendo julgada

Com atraso, teve início nesta manhã o julgamento de Antônia Consuelo Rodrigues Ramos, de 37 anos, acusada de ser a mandante da morte de seu marido, Francisco Osvaldo Ramos da Silva, de 43 anos, conhecido como Chico Ramos. O crime ocorreu na noite de 31 de outubro de 2014, no bairro Parque de Exposição, em frente à residência do casal. Chico Ramos foi assassinado a tiros quando chegava à sua residência.

A motivação para o crime teria sido o fato do casal estar em processo de separação e Consuelo temia não ser beneficiada com bens da vítima. Consuelo foi presa na cidade de Pedra Branca, interior do Ceará, sua cidade natal. Agora ela está na Penitenciária Feminina de Picos.

De acordo com o delegado que presidia as investigações na época, Madson Oliveira, após denúncias a Polícia chegou até um homem identificado como Paulo Roberto (foto abaixo), suposto amante de Consuelo. Em depoimento perante a autoridade policial e ao representante do Ministério Público, Paulo Roberto afirmou que Consuelo teria sido a mandante do crime.

Questionado sobre isso, o advogado de defesa, Maycon Luz, disse que em acareação Paulo Roberto negou veementemente os fatos e disse que havia feito tais declarações para ser beneficiado com sua transferência para o estado do Pernambuco, de onde é natural.

“Ele foi ouvido seis vezes pela autoridade policial, mas quanto teve a acareação ele voltou atrás e disse que fez as declarações para ter acesso ao benefício de ficar preso em seu estado. E ele, inclusive conseguiu, está preso no Pernambuco, está aqui hoje, mas nem será ouvido”, disse.

A defesa disse em entrevista ao nosso portal que acredita na absolvição de Consuelo, pois, segundo ele, não existem provas materiais que a liguem ao crime.

A acusação, feita pelo promotor João Malato, afirmou o contrário. Disse que existem provas nos autos que condenarão a acusada: “ela é acusada de homicídio duplamente qualificado, pelo motivo torpe e pelo recurso que impossibilitou a defesa da vítima, tendo-se em vista que ela foi a mandante da morte de seu próprio esposo, uma vez que ele pretendia separa-se da acusada e ela não se conformava com isso”, declarou.

A acusação pede uma pena de 12 a 30 anos, caso forem acolhidas todas as duas qualificadoras pelo conselho de sentença. A juíza que preside o julgamento é Nilcemar Rodrigues Araújo.

Serão ouvidas nove das dez testemunhas arroladas. Sendo cinco da defesa e quatro da acusação. Entretanto, uma das testemunhas de acusação, Francisco Carlos Borges, foi assassinada recentemente. Após as testemunhas serem ouvidas, será a vez de Antônia Consuelo.