Em quatro anos Conselho Tutelar de Picos recebeu 52 denuncias de abuso sexual

No dia 18 de maio comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Nesta data acontece por todo o Brasil uma série de atividades que buscam alertar a população para essa problemática, infelizmente muito comum no país. Segundo a integrante do Conselho Tutelar de Picos, Valtânia Moura, nos quatro anos anteriores foram registradas 52 denúncias de abuso sexual.

Ela informou que todas essas ocorrências foram encaminhadas para o Poder Judiciário onde estão tramitando. Apesar de o número ser considerado alto para uma população de 71 mil habitantes, a conselheira acredita que os casos são bem mais numerosos. Muitas vítimas e pessoas ligadas a elas tem medo de denunciar.

“Eu acredito que existam muitos casos sem que as pessoas denunciem. Elas têm medo de denunciar, pois quando a criança é agredida, ela é coagida pelo agressor. Quando a gente vem descobrir já está com seis meses ocorrendo”, frisou.

Valtânia explicou que ao receberem uma denúncia de abuso sexual, os conselheiros averiguam, depois encaminham a delegacia, fazem a solicitação do Boletim de Ocorrência e de conjunção carnal. Em seguida o processo segue na justiça. “Mas a função do conselheiro tutelar é emitir um relatório para o Ministério Público que passa a investigar”, comentou.

A conselheira explicou ainda que o abuso sexual pode ser caracterizado por um olhar malicioso, uma palavra. Quando acontece o contato físico, já é considerado o estupro. “Pra chegar a conjunção carnal, é o abuso seguido de estupro”, explicou.

Outro grande problema relacionado ao abuso de crianças e adolescentes é que estes acontecem no seio familiar, às vezes por um tio, padrasto ou até mesmo o pai, dessa forma é preciso que os demais componentes da família estejam atentos, especialmente as mães. A melhor forma de prevenir ou evitar que uma pessoa menor de 18 anos passe por esse trauma.

Neste ano de 2016 o Conselho Tutelar já recebeu sete denuncias, lembrando sempre que o número de casos de abuso deve ser bem maior.