Domingo, 13 de Outubro de 2024

União Umbandista de Picos realiza ato de protesto no centro de Picos

Publicado em 17/11/2015
Por Jailson Dias
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Ato político dos frequentadores de terreiros no centro de Picos/Jailson Dias

A União Umbandista de Picos promoveu um ato político no centro da cidade na manhã desta sexta-feira, 13 de maio. Além de ser uma forma de chamar a atenção da sociedade para o preconceito contra as religiões de origem africana, também foi um protesto contra a mudança no Plano Municipal de Educação de onde foi retirada a representação da Umbanda.

“Alguns vereadores junto com as algumas pessoas da OBA, retiraram a representação da Umbanda do Plano Municipal de Educação. A alegação deles é como se não existisse população de terreiro aqui, e são mais de 80 terreiros só na cidade de Picos”, declarou o professor Paulo Mafra.

Devidamente investidos de vestes ritualísticas os umbandistas percorreram todo o trajeto da Av. Getúlio Vargas até a Praça Félix Pacheco, onde aconteceu o ato ao som de tambores e músicas cerimoniais.

Paulo Mafra citou a miscigenação da população brasileira, formada a partir de diversos povos. Destaca-se nesse caso a vinda forçada de milhões de pessoas da África ao longo de 400 anos. “A desigualdade social, a ignorância é o que provoca a pobreza. Nós temos a pobreza devido a ignorância desses governantes”, protestou o professor.

Para o professor o preconceito não está em toda a sociedade, mas em “uma minoria que fala pela sociedade”.

Nesta sexta-feira, 13 de maio, também é celebrado o Dia Municipal de Combate ao racismo. Paulo Mafra e todos os demais movimentos sociais atribuem a libertação dos escravos não a Princesa Izabel, como a historiografia brasileira atribui, mas à luta, que continua até hoje, uma vez que a emancipação não foi acompanhada de igualdade de condições.

Apesar dos mais de 80 terreiros existentes em Picos, Paulo Mafra concorda que muitos praticantes do Umbandismo ainda temem se identificar como tal, por medo do preconceito e da nossa herança autoritária. Além das religiões de origem africana, também existe na cidade religiões indigenas.

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