Camelôs das praças públicas devem ser realocados para galpão

Os camelôs que trabalham nas praças públicas da cidade de Picos devem ser realocados para um antigo galpão onde funcionava uma metalúrgica, localizado na rua Monsenhor Hipólito, ao lado da Penitenciária Feminina e próximo a praça João de Deus Filho, onde estão se concentrando as vans e micro-ônibus que fazem linha para as cidades da região.

Segundo o secretário de Turismo e do Desenvolvimento Econômico, Cláudio Galeno, esse local atenderia às exigências dos camelôs, uma vez que fica próxima a parada do transporte alternativo, podendo se constituir em uma espécie de mercado público. As lideranças dos camelôs já teriam ido até o galpão e aprovado o novo local.

Uma reunião deveria acontecer nesta semana para as decisões finais, mas foi adiada devido a impossibilidade da participação do prefeito, Pe. Walmir Lima (PT), que está em Teresina. Esta será realizada na semana seguinte uma vez que existe pressa para a solução desse problema. O Ministério Público Estadual e Federal já lideraram uma ação nesse ano de 2016 com a participação da Polícia Militar apreendendo uma série de produtos comercializados nas praças, principalmente os CDs e DVDs piratas.

Nossa equipe esteve na Praça Josino Ferreira, onde se concentra o maior número de camelôs para saber como está a articulação deles em torno desse assunto. Sem querer se identificar, temerosos de represálias, eles afirmaram que aprovam o local sugerido pela Prefeitura de Picos, mas salientam que todos os demais camelôs devem mudar.

Os vendedores de DVDs e CDs piratas se disseram discriminados, pois asseguram que praticamente toda a população picoense é cliente desse tipo de mercadoria. Eles frisaram ainda que entenderam a ação desencadeada pelo Ministério Público era válida para todos, e não apenas para eles, uma vez que o principal argumento é o de garantir a trafegabilidade das pessoas.

O número de vendedores ambulantes na cidade de Picos só tem crescido. Cláudio Galeno disse não haver dados específicos, mas com a alardeada crise financeira, muitas pessoas estariam perdendo os empregos e, para continuar sobrevivendo, apelam para o mercado informal. Só na praça Josino Ferreira há pelo menos 50 camelôs, na praça Félix Pacheco esse número pode chegar a 15 e na João de Deus Filho já começa aumentar o número de pessoas vendendo lanches.

Há muito tempo a população picoense reclama da perda das praças públicas como espaço de sociabilidade e de lazer, transformando-se, ao invés, em grandes centros de comércio ao ar livre. Há o plano de transformar a praça Josino Ferreira em um grande centro cultural, a realocação dos camelôs seria o primeiro passo para isso.