A jovem santanense Francimária Rodrigues é um exemplo de pessoa que se dedicou aos estudos e como recompensa, ingressa agora no doutorado na Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA, Mossoró-RN. Apesar do sucesso acadêmico a jovem não muda os hábitos e o jeito de ser, enfatizando a importância da família nesse processo de conquista. Francimária faz parte de um número de santanenses que vem conseguindo gradualmente muito êxito nos estudos.
Confira a entrevista na integra:
Folha Atual: Qual o seu nome Completo?
Francimária Rodrigues
F.A: Qual o nome dos pais?
Francisco Martinho Rodrigues e Maria Deuseni Rodrigues
F.A: Qual sua idade?
30 anos
F.A: Detalhe-me a sua vida acadêmica, ano de ingresso na universidade, qual universidade. Ano de ingresso no mestrado. Como se mantém? Qual a universidade do mestrado?
Ingressei no curso de Agronomia no primeiro semestre de 2002 na Universidade Estadual do Piauí-UESPI. Cursei um ano e logo depois tranquei o curso em detrimento de um processo seletivo do qual fui aprovada no município de Santana do Piauí, onde atuei por 2 anos como auxiliar administrativo na Escola Severo Maria Eulálio. Escola da qual tenho boas lembranças e vivenciei grandes experiências.
Logo em seguida (2005), não satisfeita com essa escolha, retomei o meu curso de Agronomia, e resolvi dedicar-me exclusivamente. Em 2006 fui bolsista de Iniciação Científca na UESPI, dando assim o ponta pé inicial na pesquisa. Em 2007 e 2008 nos períodos de férias da Universidade, realizei estágios extracurriculares na área de Manejo Integrado de pragas (Entomologia) na Embrapa Semiárido em Petrolina-PE, ali mantive contatos importantes para ingressar na pós-graduação strictu sensu.
Ao concluir o curso de Agronomia em 2008, uma pesquisadora (Dra. Márcia de Fátima Ribeiro) havia chegado naquela unidade (Embrapa Semiárido) no mesmo setor em que eu havia realizado os estágios. Ela desenvolve pesquisas com abelhas sem ferrão e ali surgiu a proposta de uma bolsa de Apoio Técnico fomentada pela FACEPE (Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco). Durante um ano e meio prestei apoio em pesquisas com abelhas, publiquei trabalhos em congressos, dei auxílio em cursos de capacitação e ministrei palestras nesta área. Foi uma preparação e construção do currículo para ingresso no mestrado.
No segundo semestre de 2010, através de processo seletivo ingressei no Mestrado em Ciência Animal (área de concentração em Produção animal no Semiárido e linha de pesquisa em Comportamento de abelhas) pela Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, campus de Petrolina-PE e desenvolvi os trabalhos de pesquisas na Embrapa semiárido sob orientação da Pesquisadora Dra. Márcia de Fátima Ribeiro. Fui bolsista CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) durante o mestrado. Esse tipo de bolsa é comum em programas Strictu sensu. É uma forma de dar auxílio financeiro ao aluno para que este realize suas pesquisas em regime de dedicação exclusiva.
F.A: Como conseguiu o doutorado?
Através de processo seletivo público EDITAL PROPPG 04/2013
F.A: Onde o fará?
Na Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA, Mossoró-RN.
F.A: Qual a sua linha de pesquisa?
O doutorado é em Ciência Animal com área de concentração em Ecologia e Conservação do Semiárido e linha de pesquisa em Comportamento, Ecologia e Conservação de abelhas sem ferrão.
Os trabalhos de pesquisa da tese serão desenvolvidos, parte na Embrapa Semiárido e parte na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB em Cruz das Almas-BA, sob orientação da pesquisadora Dra. Márcia de Fátima Ribeiro (Embrapa Semiárido), Dra. Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca (IB-USP) e Dr. Carlos Alfredo Lopes de Carvalho (UFRB).
F.A: Por que agronomia?
Escolhi Agronomia porque nasci e fui criada em ambiente agrícola. Meu pai e minha mãe são agricultores, isso contribuiu e muito para que eu ingressasse nesta área. Além disso, antes de Ingressar neste curso, eu era aluna do curso de Letras pela UESPI, e, percebendo a falta de gosto e de paixão pela área, resolvi fazer uma nova tentativa no vestibular e foi que surgiu a ideia de tentar para o curso de Agronomia, e claro, eu não poderia ter feito escolha melhor. Sou muito feliz e realizada por ter esta formação.
F.A: Gosta de ler nas horas vagas? Que tipo de leitura?
Gosto sim de ler nas horas vagas, mas sempre me atenho a ler artigos científicos na minha área de pesquisa.
Casualmente leio livros que deixam mensagem de fé e amor, de todos, o mais encantador e misterioso e que costumo ler com frequência, é a Bíblia. Mas também tenho gosto por livros de reflexão e de autoajuda (“A cabana” do William P. Young é um livro fascinante).
F.A: O que gosta de fazer para relaxar?
Gosto de ver TV, sair com os amigos e ir ao cinema.
F.A: Quais os seus planos quando terminar o doutorado?
Quando terminar o doutorado desejo passar num concurso público para professor de alguma Instituição Federal de Ensino Superior.
Essa é a minha meta, um sonho que venho batalhando há alguns anos. Sou apaixonada pela carreira acadêmica. Amo o ensino atrelado à pesquisa.
F.A: Qual a importância da família nesse processo?
A minha família foi fundamental em toda a minha vida de estudante. Cada um de forma particular, mas com uma contribuição especial. Meu pai contribuiu muito pela rigidez na sua criação e pelos conselhos duros, pelo amor incondicional, pois mesmo tendo apenas a 4ª série do ensino fundamental e sendo de origem humilde, o seu pouco grau de instrução e sua pouca condição financeira nunca foram empecilhos para que ele deixasse de me incentivar e de me proporcionar, dentro de suas condições, a mais rica herança que um pai pode deixar para um filho, A EDUCAÇÃO!
A minha amada mãe fez do seu amor sem medida, a renúncia, pela distância que nos encontramos hoje, mas ainda assim, sempre se fez presente, demonstrando amizade, cumplicidade, carinho. Sempre faz ligações diárias, mesmo que seja pra saber se estou me alimentado direito. Isso tudo me serviu de estímulo para que eu nunca desistisse. Atitudes das quais só o amor de mãe explica. É ela o meu alicerce, meu chão, o grande e primeiro amor da minha vida!
Os meus irmãos, Aurino e Fernando (Fê), meus amores, minha vida, minha alegria de viver. Eles são parte de mim, amo-os incondicionalmente, e este amor serve de conforto e fortalecimento.
Enfim, todos os meus familiares, meu avô, tios e primos, dos quais são muitos, poderia mencionar cada um, mas registro aqui especialmente os queridos Maria Valdeci Rodrigues (Tia Didi) e Francisco Raimundo de Moura (Tio Chico), por sempre terem me ajudado, por sempre se fazerem presentes, apesar da distância, e principalmente, por sempre terem acreditado na minha capacidade não só durante a realização do mestrado e mais essa conquista, mas durante toda a minha vida, foram eles que me mantiveram de pé, seguindo em frente!
O jornal Folha Atual deseja muito sucesso a jovem Francimária Rodrigues.