Domingo, 13 de Outubro de 2024

Piauí vive “seca verde”, afirma sindicalista da FETAG

Publicado em 16/09/2015
Por Jailson Dias
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Paulo Carvalho fala sobre seca verde/Jailson Dias

O ano de 2016 começou promissor para a lavoura piauiense, com semanas inteiras marcadas pela chuva constante, mas desde meados de fevereiro esse quadro mudou. Os últimos dias têm sido caracterizados pelo sol intenso. Segundo o secretário de Política Agrária da FETAG do Piauí, Paulo Carvalho, o Piauí começa a viver o que se define como “seca verde”, com a perda da safra em algumas regiões.

“Sabemos que na região e no estado do Piauí é tradição o inverno chover até a Semana Santa e passou esse período, serão chuvas isoladas e não consideradas de inverno. Aponta para que em 2016 haja uma ‘seca verde’”, frisou.

As preocupações da FETAG se intensificaram ao saber que as lavouras têm sido tomadas por pragas depois do afastamento das chuvas. Apesar desses transtornos, Paulo Carvalho afirma que ainda é cedo para fazer previsões quanto o resultado final da safra no ano de 2016, se será proveitosa, ou se haverá perda total ou parcial.

Ele diz ainda que até o momento a produção aparenta estar melhor do que em 2015, pois alguns reservatórios de água foram preenchidos com as chuvas do ano passado. “Mas só poderemos fazer uma avaliação no finalzinho de abril para o começo de maio, pois aí teremos um diagnóstico do que foi a produção, se esteve dentro da expectativa e abaixo da média”, comentou.

Quanto a região de Picos, situada no meio do semiárido piauiense, Paulo Carvalho acredita que mais alguns dias de chuva podem assegurar a produção de caju, mandioca e feijão, esta última cultura caracterizada pela necessidade de pouca água.

A região de Picos e todo o estado do Piauí permanecem atrasados quanto a produção agrícola, uma vez que em pleno século XXI os agricultores continuam dependo quase que exclusivamente das chuvas.

 “Quando chega todo ano nesse tempo virou data base de se pedir carro-pipa. Nós trabalhamos na linha de políticas estruturantes, como a construção de pequenas e médias barragens, e até a transposição de rios potentes. Seria a forma de resolver a problemática da seca no Piauí, pois sabemos que de outro tipo será apenas uma indústria de votos”, comentou.

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