Wagner Torres deixa comando do 4º BPM e relembra apoio

Após comandar o 4º BPM pela segunda vez, onde passou 4 anos e 2 meses, o Tenente-Coronel Roberto Wagner Calixto Torres, se despede e se emociona ao relembrar o poio recebido dos picoenses no período mais difícil de sua carreira militar. Torres comandará o policiamento da capital após ser convidado pelo comandante-geral da PM, Coronel Carlos Augusto e pelo secretário de segurança, Capitão Fábio Abreu.

São 29 anos de trabalho dedicados à Polícia Militar do Piauí, desses, 20 anos comandado batalhões no interior do Estado. Oeiras, Paulistana, São Raimundo Nonato e Uruçuí, além de Picos, são algumas das cidades comandadas por ele. Sua passagem por Picos, quando assumiu em maio de 2008 foi conturbada. Acusado de torturar presos, o militar deixou a cidade após 7 meses. Foi julgado e condenado em primeira instância a 10 anos de prisão, perda da farda, além de 20 anos sem poder exercer cargo público. Em maio de 2010 foi inocentado das acusações. No dia 04 de janeiro de 2012 retornou ao comando do 4º BPM, onde reescreveu uma nova história.

Em entrevista exclusiva ao nosso jornal, Wagner Torres destacou o empenho dos militares, do Ministério Público, da Polícia Civil e de outros órgãos, em manter a segurança e a ordem na cidade. Segundo ele, comandar o policiamento da capital é até hoje seu maior desafio e considerou importante suas passagens por Picos: “Nos batalhões por onde passei, mas especialmente na cidade de Picos, adquiri experiência na questão de comandar pessoas e planejar operações, essa experiência eu levo para Teresina. Eu sempre vou ter muito carinho, muita consideração, muito respeito e bem querer pela cidade e pelo povo de Picos. Estou à disposição onde quer que eu esteja”.

O dia 21 de novembro de 2008 ficou marcado na memória de Torres. Neste dia os comerciantes de Picos baixaram as portas de seus comércios por duas horas em protesto contra a sua exoneração quando indiciado pelo crime de tortura. Emocionado e tendo que pausar a entrevista, o Tenente-coronel agradeceu: “Agradeço a cada autoridade, a cada instituição, agradeço a imprensa e principalmente a cada policial, pela parceria, pelo empenho em manter a segurança dessa cidade. Assim que cheguei a Picos divulguei imediatamente o meu número de telefone e nunca deixei de atender ninguém. Quero dizer mais uma vez que eu tenho uma dívida de gratidão muito grande por Picos e que eu nunca terei como pagar. No período mais difícil da minha vida, onde eu lembro e até hoje tenho um vídeo gravado, dos comerciantes fechando seus comércios em apoio a minha pessoa. Naquela época a mão de Deus desmanchou tudo o que haviam feito pra mim. Eu saí daqui condenado a dez anos de prisão, vinte anos sem exercer cargo público, a perca da minha patente e hoje eu saio reconhecido para assumir o 3º cargo mais importante da corporação. Fica esse agradecimento a todo o povo de Picos e estou à disposição de vocês a qualquer momento. Toda vez que precisarem de mim basta dizer que é de Picos”, declarou.

Para a nova função, Wagner Torres já definiu algumas metas. Uma delas é reduzir em 50% o número de homicídios na capital. Outra é fazer barreiras nas pontes que dão acesso à cidade de Timon, no Maranhão. Ele declarou que informações preliminares dão conta que os assaltantes estão cometendo crimes em Teresina tendo rota de fuga a cidade maranhense. Além disso, Torres implantará em Teresina um projeto iniciado, testado e aprovado em Picos: o Pelotão de Moto Patrulhamento, dando mais agilidade ao atendimento das ocorrências.

Seu modo de trabalho se assemelha ao do Coronel Prado, falecido recentemente vítima de um câncer. Policial de ação, Torres se reconhece no mentor e se diz feliz em estar trilhando os mesmos passos de Prado: “me honra muito sair de Picos para assumir um cargo que o Coronel Prado assumiu assim que também saiu de Picos. Coronel Prado é uma das pessoas que eu mais admiro, um homem com quem eu aprendi muita coisa e estou levando tudo isso comigo”, disse.