Para a coordenadora da União das Mulheres Picoenses (UMP), Nega Mazé, as Delegacias da Mulher precisam ser de fato especializadas para o atendimento dos inúmeros casos de agressão contra a mulher. Militante histórica do movimento feminista, Mazé explica que esse problema pode ser verificado em todo o país, e na cidade isso não é diferente. Não haveria uma política clara para essas delegacias.
“Se não me engano são 307 Delegacias da Mulher no Brasil, elas tem um problema sério, porque elas foram criadas e a Polícia Civil é que estão determinando como elas devem funcionar. Elas não estão funcionando segundo a Lei Maria da Penha”, declarou.
Para a Nega Mazé, as determinações da Secretaria de Segurança Pública do Piauí ao ditar como a Delegacia da Mulher deve atuar, deixam claro a pouca relevância dispensada ao combate da violência contra a mulher. “A questão da mulher ainda não é prioridade”, lamentou.
A Lei Maria da Penha deveria ser o eixo norteador dos processos contra agressão sofridos pela mulher no Piauí. “Os processos de assassinatos de mulheres da Lei Maria da Penha ainda não são prioridade, é por isso que nós estamos solicitando da Assembleia Legislativa que convoque a presidente do Tribunal de Justiça porque ela precisa saber de nós como são tratados os crimes de mulheres”, protestou.
Mazé cita como exemplo o homicídio do qual foi vítima Francisca Ione, uma das fundadoras do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no Estado do Piauí. O homicídio ocorreu no dia 30 de janeiro, e nenhuma providência foi tomada até agora.