Segunda-Feira, 07 de Outubro de 2024

Ministério Público apresenta denúncia contra ex-comandante do 4°BPM

Publicado em 24/06/2015
Por Jailson Dias
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Tenente-coronel Sousa Filho /Agoraed.com

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia em novembro contra o ex-comandante do 4° BPM de Picos, tenente-coronel Erotildes Messias de Sousa Filho e mais seis policiais militares, que seriam responsáveis pela morte de quatro pessoas no dia 30 de maio de 2013, na cidade de Miguel Alves (110 km de Teresina), incluindo o gerente do Banco do Brasil da cidade, Ademyston Rodrigues Alves, 34 anos. O MP pede ainda a reconstituição do crime.

Além do coronel, foram denunciados o tenente do Bope, Francilio Alves de Moura, o cabo do Bope Fernando Cardoso, o cabo Sammyr Oliveira Rocha e os soldados Fernando Braga de Araújo, Salomão Fortes da Costa Júnior e Antônio Valterli de Sousa Melo. De acordo com a denúncia oferecida ao juiz da comarca de Miguel Alves, Sérgio Roberto Marinho fortes do Rêgo, os policiais devem responder por homicídio doloso e tentativa de homicídio.

As vítimas seriam Ademyston e mais quatro homens, sendo estes apontados como integrantes do bando que realizaram o assalto ao Banco do Brasil da cidade naquele ano. Eles são Maylon Melo da Silva, Horlean Pereira de Araújo e Higo Flores da Silva. Há ainda denúncia por tentativa de homicídio contra o agente de crédito do banco, também feito refém, André Rodrigues Rocha.

O coronel Sousa Filho é apontado pelo Ministério Público como responsável direto pelos quatro homicídios dolosos qualificados e ainda da tentativa de homicídio qualificado. Os demais policiais, de acordo com os promotores, devem responder por cinco tentativas de homicídio qualificado. A qualificação do crime estaria caracterizada pela impossibilidade de defesa das vítimas.

A justificativa é de que os policiais integravam a Operação Volante e que o coronel, que comandava a operação, "tinha prévio conhecimento que o roubo aconteceria naquela data, dos veículos a serem utilizados no evento criminoso, das alcunhas e características dos envolvidos". Tendo montado barreiras para conter o grupo criminoso, a denúncia afirma que foi indiferente ao comandante que a ação poderia "produzir o resultado morte, que viria efetivamente a ocorrer". O Ministério Público aponta o coronel como autor intelectual das mortes.

O documento encaminhado ao juiz afirma que os policiais tinham conhecimento da existência de reféns no veículo utilizado pelo grupo na fuga. O texto diz ainda que o armamento utlizado pelos policiais era de grosso calibre (fuzis) e que a intenção dos militares era coibir a ação criminosa a tiros com armas letais. A denúncia diz que o Laudo Médico Forense consatou que os disparos foram efetuados por armas semelhantes às usadas pela polícia, sendo "de grosso calibre, a longa distância e que provocaram a morte da vítima".

Para que não reste dúvidas quanto às provas apontadas na denúncia, os promotores de justiça Liana Melo Lages e Márcio Carcará solicitaram ainda a reconstituição do crime ao juiz do caso. Foram indicadas ainda 35 testemunhas para o caso. Com a denúncia aceita, os policiais irão a julgamento pelo tribunal do júri.

Maria Romero
redação@cidadeverde.com

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