Tabela de preços dos taxistas gera insatisfação entre os clientes

É um problema antigo verificado na cidade de Picos, os altos preços cobrados pelos taxistas locais, em especial os que fazem ponto no Terminal Rodoviário Zuza Baldoíno. Os taxistas usam como justificativa para os altos preços o reduzido número de corridas que realizam durante um dia de trabalho.

Na entrada do terminal consta uma “tabela” apontando os preços a serem cobrados pelos 17 taxistas que ali fazem ponto. Os valores podem chegar até R$ 30,00 em uma corrida até o bairro Parque Industrial (Pantanal), ou R$ 20,00 até o centro da cidade.

De acordo com o fiscal Elói Rocha, a planilha de preços é elaborada com a participação dos taxistas, analisando-se dados supostamente técnicos, como a distância a ser percorrida pelos taxistas e o preço do combustível.

Elói disse ainda que há a concordância dos taxistas para a elaboração dos preços, que no início desse ano sofreu um novo reajuste me decorrência da gasolina. Alegando que o passageiro também não pode ser lesado, ele reconhece que os preços estão abusivos, no entanto, não fala em nenhuma medida que possa disciplinar esses valores.

Os taxistas pagam tributos de R$ 20,00 pelo “direito” de utilizar o ponto, além do alvará requerido junto a Prefeitura Municipal, o que lhes dá o direito de explorar esse serviço na cidade.

Elói disse que a direção da rodoviária é informada sobre os valores, mas o diretor Antônio Eugenio declarou que o terminal não tem responsabilidade alguma sobre os valores cobrados pelos taxistas que exploram os serviços nas suas redondezas. Ele disse ainda que não há nenhuma espécie de subordinação dos mesmos para com a rodoviária.

Com 20 anos de serviços prestados na Rodoviária, Raimundo Borges, disse não seguir integralmente os valores apresentados na tabela fixada a parede do terminal. Ele declarou que decidiu cobrar preços menores na tentativa de ampliar a sua clientela. “Eu fui imaginar que tenho de estar criando uma clientela”, declarou. Ao que parece os taxistas tentam compensar um dia de trabalho com uma única corrida.

Enquanto nossa equipe fazia as entrevistas para essa matéria formou-se um grupo de taxistas e mototaxistas que aparentavam se desentender com a ação do fiscal da rodoviária, chegaram a alegar que seria necessária a presença de um guarda do Departamento Municipal de Trânsito (DMT) para que apenas eles explorassem esse serviço. Alguns taxistas, que também alegaram ser mototaxistas, observavam com desconfiança a entrevista, como se fiscalizassem o que estava sendo dito.

A solução para a padronização dos preços cobrados pelos taxistas seria a instalação da Zona Azul, processo que está sendo realizado pelo Departamento Municipal de Trânsito (DMT).

Integrante da diretoria do DMT, Danilo Guimarães informou que há o interesse de regularizar essa situação com a implantação do taxímetro em todos os 35 automóveis que fazem corridas com passageiros dentro de Picos. “Com essa Zona Azul nós vamos começar a implantação dos taxímetros aqui em Picos”, explicou Danilo. No entanto, ainda não há uma data para que isso aconteça, até lá os clientes continuarão a ser explorados.

O certo é que os preços cobrados pelos taxistas de Picos tem gerado muita insatisfação em um número cada vez maior de pessoas que moram na cidade, mas precisam viajar constantemente. Apenas o taxímetro e a disciplina poderá solucionar esse problema e evitar que o consumidor continue a ser lesado, pagando duas vezes mais do que se paga em Teresina para se fazer um trajeto de distância semelhante.