ARTIGO - VIAGENS A CANINDÉ

A cidade de Canindé, situada no sertão cearense, destaca-se por ser um importante centro de famosas romarias a São Francisco, sendo, aliás, a segunda maior romaria de franciscanos do mundo (a primeira é Assis, na Itália). Estima-se que mais de um milhão de fiéis visitam aquela cidade cearense durante as tradicionais comemorações. Na verdade, as tradicionais festas de 4 de outubro atraem de forma impressionante um grande número de romeiros de todo o Nordeste. Mas, na realidade, há sempre a presença desses romeiros em todas as épocas do ano, vindos de várias regiões, para, fielmente, pagarem suas promessas feitas ao santo de sua devoção.

Cumpre lembrar que, chegando ao santuário, cada um dos fiéis procura cumprir religiosamente sua promessa, assistindo à missa e indo também à Sala dos Milagres, onde há um sem-número de fotografias diversas, porções de cabeleiras, réplicas do corpo humano, sobretudo de madeira, de acordo com a graça alcançada. Há também nos arredores da igreja, fontes de água benta, a queima de velas de tamanhos variados e a venda de objetos diversos, especialmente quadros e imagens do venerado Santo. Há também algumas miniaturas da Basílica, onde alguns fotógrafos praticam seu trabalho.

A imponente Basílica de São Francisco das Chagas de Canindé, fundada no século XX, é, sem sombra de dúvida, o principal ponto de atração turística da cidade de Canindé, lugar consagrado pela nossa religião católica. Bem sabemos que a fé católica foi trazida ao Brasil pelos portugueses que se estabeleceram no território a partir de 1500. Há de se destacar também que após a missa e o cumprimento ou pagamento da promessa, uma visita ao Zoológico, onde se encontra um grande número de animais, é bastante agradável. E assim fiz ao lado de minha família.

Visitei a cidade de Canindé, em duas oportunidades, tendo sido a primeira vez em novembro de 1994, em companhia de minha esposa Gildeci Lindalva S. Luz e de minha filha mais velha; já na segunda vez, fui àquela cidade, em companhia de minha esposa Gildeci e de minhas duas filhas, em dezembro de 1999. Na verdade, eu, juntamente com a minha esposa e as nossas filhas, gostamos bastante dessas viagens que fizemos à cidade de Canindé. Muitos outros membros de nossa imensa e tradicional família também já participaram ao longo dos anos, em várias ocasiões, dos festejos naquela cidade cearense.

É importante lembrar também que antigamente podia se observar um grande número de romeiros humildes, que, envoltos num sentimento de religiosidade, viajavam a Canindé em antigos transportes denominados “paus-de-arara”, que seguiam desconfortavelmente com destino àquela cidade. Aquela era uma cena muito comum, quando por ocasião dos festejos do começo do mês de outubro, aqueles caminhões abarrotados de romeiros passavam pelas rodovias que cortam a nossa cidade de Picos, rumo à cidade de Canindé. O que vale, porém, é a fé de cada um, não importa o tipo de meio de transporte para se chegar àquele centro de romarias e peregrinações.

Conta-se que durante as obras de reforma da igreja de São Francisco de Canindé, um humilde operário caiu de um andaime armado na torre, mas se salvou por ter invocado com muita fé a ajuda e a proteção do milagroso santo. O fato se difundiu, ganhando, então, notoriedade, e transformou a cidade de Canindé em centro famoso e popular de romaria.

(*) Edimar Luz, é sociólogo, professor, escritor/cronista, poeta, compositor e articulista, formado em Recife – PE.