Os professores da Universidade Estadual do Piauí (UFPI), Campus de Picos, aderiram à greve nacional da categoria no último dia 10 de agosto. Na tarde da quarta-feira, 12, os docentes reuniram-se em plenária no auditório da instituição e traçaram uma série de pautas locais. Todos os 160 professores cruzaram os braços.
O professor Mairton Celestino, do comando de greve estadual e local, frisou que as universidades federais pelo Brasil entraram em greve em 18 de maio, mas apenas agora, dois meses depois, aconteceu a adesão por parte da UFPI. Quanto às pautas locais, o professor frisou que estas dizem respeito principalmente a estruturação do Campus.
“As nossas pautas no sentido local dizem respeito a estruturação do Campus, pois temos vários problemas estruturais, falta de salas de aula, de salas de professores, de laboratórios. Por exemplo, nós temos um problema grave que é de falta de conexão com a internet”, relatou.
Quanto às pautas macro, ou seja, comum a todos os docentes do país, Mairton Celestino falou na questão salarial, não apenas quanto a reajuste, mas a disparidade que existe entre os vencimentos de professores especialistas, mestres e doutores e as respectivas horas trabalhadas.
“Nós temos vários outros elementos, como a questão dos níveis salariais, e essas variações salariais nem sempre condizem com o nível equitativo de vencimento, por exemplo, um professor dedicação exclusiva, mestre, tem uma defasagem muito grande frente a um professor doutor”, frisou.
Faz parte ainda da pauta de reivindicações a reestruturação das aposentadorias dos docentes das universidades federais, uma vez que ao se aposentarem os professores sofrem fortes perdas nos seus vencimentos.
Quanto aos alunos, sempre muito preocupados em como ficará a vida acadêmica, Mairton diz perceber que dá parte de alguns há a preocupação quanto à conclusão da graduação, ao passo que outros manifestam apoio aos professores. “Acredito que com o trabalho de conscientização sobre a greve a tendência é dos alunos apoiarem”, comentou.
Em 2012 a UFPI de Picos aderiu a greve nacional dos docentes e técnicos. Na ocasião a paralisação se estendeu por mais de 100 dias. Nas negociações realizadas até o momento o governo federal está irredutível, propondo reajustes que estão abaixo do crescimento da inflação ao ano.