Os temas relacionados a comunidade homossexual tem gerado debates cada vez mais intensos no Brasil e no mundo. As pessoas que assumem a sua sexualidade, agindo de forma coesa e organizada, têm conquistado mais direitos junto à sociedade. Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF) reconheceu a união civil entre pessoas do mesmo sexo ainda em 2013 e Picos até já celebrou um casamento entre dois rapazes, mas dessa vez os movimentos que lutam pela igualdade de gêneros sofreram uma derrota. Câmaras Municipais por todo o país tem vetado a educação de gênero nas escolas.
Foi o que aconteceu por aqui mesmo. Às pressas a Câmara Municipal de Picos realizou duas sessões extraordinárias e derrubou todas as menções que o Plano Municipal de Educação fazia a questão de gênero, entendendo que a escola não devia tratar de um tema tão delicado no ensino fundamental. Decisões como essa tem despertado sentimentos opostos, como a ira das pessoas de pensamento mais liberal e os aplausos de grupos conservadores, especialmente os religiosos.
O certo é que os direitos dos homossexuais se ampliam, mesmo com a resistência dos conservadores, no entanto, tratar sobre a questão de gênero na escola, especialmente para crianças, pareceu um pouco demais.
Grupos mais liberais defendiam a medida argumentando que a criança não nasce menino nem menina, mas vai se formando ao longo do tempo, em contrapartida, os mais conservadores entendem que a sexualidade humana é definida no ato do nascimento, homem ou mulher, como está escrito na bíblia.
O projeto defendido pelo governo federal parecia antecipar para as crianças um debate comum no mundo de nós adultos. Para os religiosos, já que os pais conceberam a criança, cabe a eles educarem segundo seus valores morais, destacando que decisões tão delicadas como a heterossexualidade ou homossexualidade acontecerão em estágios posteriores da vida, quando o ser humano tiver uma consciência formada.
A tendência é que a tolerância se amplie cada vez mais em nossa sociedade, mesmo com o acirramento dos ânimos daqueles que desejam a permanência das tradições. A educação liberta, vamos esperar que cada ser humano seja responsável pelas suas próprias decisões sem que governos tentem moldá-los. O jornal e portal Folha Atual se compromete com a defesa da liberdade individual.