Segunda-Feira, 07 de Outubro de 2024

Parreira, Romário, Zagallo e Capita chocados com destempero de Neymar

Publicado em 05/02/2015
Por Erivan Costa
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Problemas pessoais podem ter atrapalhado Neymar, irreconhecível contra a Colômbia/PABLO PORCIUNCULA / PABLO PORCIUNCULA / AFP

O longo convívio com Neymar na Copa das Confederações, em 2013, e na Copa do Mundo, no ano passado, deram ao então coordenador da seleção, Carlos Alberto Parreira, a certeza de que havia algo diferente no capitão da seleção, no jogo contra a Colômbia, na última quarta-feira. Parreira sentiu falta da alegria do craque.

- Ficou claro que ele não estava no seu estado normal. Estava num nível diferente em relação ao da Copa do Mundo, quando demonstrava viver um bom momento, namorando a (Bruna) Marquezine, apaixonado, só paz e amor - lembrou Parreira, que assistiu à derrota do Brasil na Copa América pela televisão.

Na avaliação de Parreira, os problemas extracampo decorrentes da investigação sobre sua transferência para o Barcelona podem estar afetando-o psicologicamente.

- É tão difícil analisar de longe... E nunca mais nos falamos depois da Copa. Mas acho impossível dissociar o pessoal do profissional. O emocional dele pode ter sido atingido. Jogador de futebol não é uma máquina.

Com 55 gols pela seleção brasileira, o ex-jogador Romário, hoje senador, nunca se deixou influenciar pelos problemas pessoais. O que, porém, não considera ser uma regra no meio do futebol.

- A mim, nunca afetou, mas acredito que possa acontecer. Cada um tem reações diferentes dentro de campo, dependendo dos seus problemas fora. Acabei não vendo o jogo ontem, mas segundo informações, coisas estranhas, que não são normais, aconteceram em relação ao seu comportamento. Mas ainda acho que reclamar do árbitro e discutir ou brigar em campo com outros jogadores são ações mais relacionadas ao momento do jogo mesmo - disse Romário.

O tetracampeão Zagallo, de 83 anos, assistiu ao jogo pela televisão, estranhou o comportamento de Neymar e concluiu que a expulsão pode lhe trazer equilíbrio no futuro:

- Vai servir até de lição para o Neymar saber que existem momentos ruins dentro dos jogos nos quais ele precisa ter o equilíbrio de um capitão. Esses duelos sul-americanos são sempre assim: porrada daqui, porrada de lá.

Carlos Alberto Torres, o capitão do tri, em 70, assina o discurso de Zagallo.

- Esse episódio de repente veio na hora certa para o Neymar aprender. Aconteceu, com certeza, porque ele tem consciência de que não jogou nada. Neymar é bom pra caramba, mas não vai ter liberdade, assim como o Pelé não tinha. Com a projeção que alcançou, principalmente esse ano, será daí para pior. Ainda mais com a rivalidade na América do Sul - destacou o Capita.

Fonte: EXTRA

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