Logo após o anúncio da vitória fácil de Kléber Eulálio para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI), começou-se a especulação sobre quem comporia o novo secretariado do vice-prefeito, Pe. Walmir Lima (PT), quando este assumisse o Palácio Coelho Rodrigues. O ex-gestor garantiu que não interviria nas nomeações futuras, mas alertou que “ninguém governa sozinho”, é preciso uma base de sustentação no poder legislativo para que os projetos andem.
A partir de então começaram as rodadas e mais rodadas de negociação do Pe. Walmir com os partidos políticos locais, frisando o PSB e o PMDB, que até então detinha a Prefeitura. Como os dois têm as maiores bancadas na Câmara Municipal, cinco e quatro vereadores respectivamente, a participação de ambos era imprescindível para a futura administração. Ao final, depois da exigência de participação na gestão local – entenda-se coordenadorias e secretarias -, os dois decidiram compor a base aliada.
O PSB vinha desde o início da gestão Kleber Eulálio rachado, mas agora garante-se unido, especialmente depois que ficou acertada a sua participação, aumentando ainda mais seu poder e influência. Mas parece que continua a haver discordâncias no seio do partido que está se fundindo com o PPS. O vereador José Rinaldo Cabral Filho, o Rinaldinho, não ficou satisfeito.
No final de tudo é uma pena que coordenadorias e secretarias tenham de ser barganhadas para que um gestor possa administrar. A política parece atrapalhar a gestão pública, e não é apenas no contexto local, mas nacional, uma vez que a presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), não tem conseguido demonstrar a mesma resolução e determinação que a caracterizaram como guerrilheira, e hoje seja “refém” do Congresso Nacional e do PMDB de Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados).
Espera-se que não aconteça o mesmo com o Pe. Walmir Lima e ele não fique “refém” de nenhum partido, coligação ou liderança política, mas que possa administrar com independência, fazendo sobressair antes de tudo o gestor, que é o que Picos mais precisa nesse momento de caos e descrédito com a administração pública. Se mesmo diante das adversidades que todos os municípios vêm passando ele conseguir atrair o apoio popular através de trabalho, não há dúvida de que os políticos e lideranças políticas o apoiarão, pois o povo estará com ele.