Trabalhei no Departamento de Recursos Humanos do Grupo Bompreço S/A – Supermercados do Nordeste em Recife – Pernambuco. Recebíamos diariamente (por conta do DESEMPREGO, que sempre castigou o Brasil, e o Nordeste especialmente) uma infinidade de candidatos a empregos dos mais variados (e às vezes, engraçados) tipos.
Um dia, vejo diante de mim, um candidato de meia idade, arrumadíssimo. O cabelo era um brilho só! Roupa simples e surrada, mas bem limpa e bem passada. Altivo, compenetrado, entrega-me uma carta (Envelope Timbrado) e fica aguardando a minha fala.
Interrogado sobre suas pretensões, ele se apressa em falar sobre a pessoa que lhe encaminhara. Um político. (Desses que ficam encaminhando os incautos e desavisados, para as empresas, prometendo-lhes um bom emprego). Desses que na maioria das vezes, usam mal a inteligência e nem sequer fazem um contato prévio com os responsáveis pelos Departamentos de Recrutamento e Seleção de Pessoal das Instituições, para se certificarem das reais necessidades de pessoal, delas.
Tocada pela ingenuidade daquele candidato, continuo a entrevista. Simulo não conhecer o tal político, mas demonstro interesse pela carta, como se fosse realmente importante e interrogo-o: “O senhor conhece bem esse SENHOR que lhe encaminhou? E ele, prontamente, certo de que isso contaria pontos a seu favor, para obtenção do emprego, responde sem titubear: “Sim, Doutora, conheço dimais da conta o Sr. FULANO DE TAL, e encrusivamente quero lhe dizer a senhora, que nós samos munto amiguíssimos”.
Santa ingenuidade...faz parte, mas, dá pena!!!!!!
Graça Moura – Psicóloga, formada pela Universidade Federal de Pernambuco. CRP – 11/03068