Sexta-Feira, 14 de Novembro de 2025

ARTIGO: A dor de existir

Publicado em 21/12/2014
Por Marta Soares
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Segundo o psicanalista Antonio Quinet, da Escola Brasileira de Psicanálise, a melancolia “É UM SENTIMENTO CONSTANTE DE PERDA DIANTE DA VIDA”. Faz a pessoa sentir o que Freud chama “A FALTA QUE DÓI”, chamada modernamente “DOR DE EXISTIR”.
Penso que os suicídios estão ligados às chamadas “dores de existir”.

Tanto na depressão, como na melancolia, estão presentes sentimentos de perda que empurram as pessoas para percorrerem duros caminhos, desejo de solidão, apatia, negativismo e profundas sensações de impotência e de fracasso.   

Embora possam (e devem) ser diferenciadas as “DORES DE EXISTIR” como tristeza, melancolia e depressão, conduzem as pessoas, via de regra, a adotarem posturas auto-destrutivas e a descambarem pela ladeira da baixa auto-estima.

Alguém que chega a esse estágio, pode entrar também num estado de depressão física, onde podem ser afetadas as funções da autodefesa do organismo. E aí, nesse estado de debilidade total e com todas fragilidades acionadas, é muito grande o risco de suicídio.

Daí a importância dos tratamentos: Um quadro desses, sem sombra de dúvidas, requer tratamento. As pessoas não conseguem (às vezes até tentam) sair dele sozinhas. PRECISAM, NESSE MOMENTO, DE APOIO PROFISSIONAL.

Remédios? Psiquiatria? Psicoterapia? Não importa. Importa sim, a ajuda que essas pessoas necessitam. Se associar Psicoterapia e Psiquiatria for o ideal, que sejam associadas. Se os remédios se fazem necessários, que sejam administrados. Se sozinha a Psicoterapia resolve, que seja iniciada. Importa aqui é o acompanhamento pelo profissional que esteja preparado para ensinar a essas pessoas sobre a REDESCOBERTA DO DESEJO. Desejo de viver. Desejo de amar. Desejo de ser feliz.

Todas as pessoas já sentiram, mesmo que tenha por só um dia, a “DOR DE EXISTIR”. Faz parte da vida. Embora não seja condição sine qua non, é quase impossível viver sem conhecer essa dor ou essas dores.

Penso (posso até estar equivocada), que só a REDESCOBERTA DO DESEJO, devolverá ao suicida, a vontade de querer aprender a conviver consigo mesmo e de querer voltar a sentir-se por inteiro, VIVO e FELIZ.  

Graça Moura – Psicóloga, formada pela Universidade Federal de Pernambuco.CRP – 11/03068

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