Domingo, 06 de Outubro de 2024

Cristóvão Borges pede tolerância ao torcedor do Fluminense

Publicado em 29/09/2014
Por Erivan Costa
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Cristóvão/Ivo Gonzalez / Agência O Globo

O Fluminense não tem muito dinheiro no bolso. E, sem o patrocínio da Unimed, resta saber se ainda terá saúde para dar e vender. Apesar de manter os pés no chão e chamar a atenção para a nova realidade do clube, o técnico Cristóvão Borges ainda aposta num 2015 feliz para o torcedor.

Há vida sem Unimed?

Estou muito motivado por causa desse pensamento que se instalou. É uma queda econômica muito grande, uma mudança no modo de administração. Estávamos acostumados a grande times e estrelas. Isso vai mudar. As pessoas têm receio, o que é natural. Mas estou com muita vontade de contribuir para que seja diferente. Vamos precisar que todos tenham entendimento e aceitação da nova realidade. Isso requer um tempo. Acontecerão oscilações. Exigência e cobrança fazem parte do futebol. Mas tem que haver tolerância com a mudança de realidade.

Teme perder Fred e Conca?

Quero crer que isso não vai acontecer. Eles têm uma importância muito grande. São experientes, vencedores, têm uma liderança positiva, são ídolos. O clube precisa disso. Os que estão chegando também. Espero que ninguém consiga levar os jogadores que têm contrato.

O Fluminense contratou Marlone e alguns desconhecidos. Acredita nesse modelo?

No Fluminense, há um trabalho de monitoramento de jogadores com potencial de desabrochar. Temos um acompanhamento no Brasil e no exterior. A gente procurou montar um elenco equilibrado. Estou muito animado. Todos eles têm potencial. São jogadores que vêm para cá recebendo uma oportunidade que significa algo muito importante na carreira deles. É como se fosse a grande chance.

Aonde o Fluminense pode ir, em 2015, sem a Unimed?

Quis muito renovar meu contrato para dar continuidade a esse trabalho. Mesmo com a saída da Unimed, acho que a gente pode fazer um trabalho de destaque. Eu acredito. A base do elenco está sendo mantida. Fica mais fácil.

O Fluminense estava fora da realidade?

Aquele tipo de parceria era uma possibilidade rara no futebol brasileiro. O clube podia apostar alto. Pelo que fizemos, vivendo o que vivemos, acho que agora, com um tempinho, poderemos planejar para dar certo.

Como assim, “vivendo o que vivemos”?

Os problemas principais foram os financeiros. Tivemos dificuldades desde que entrei. O clube não tinha como bancar a parte financeira. Os problemas eram empurrados com a barriga. Os contratos estavam quase chegando ao fim, e o clube não conseguia dar uma resposta aos jogadores. O grupo foi profissional.

Por que nenhum clube está fazendo grandes contratações?

Vivemos durante anos uma realidade que ficou difícil de ser sustentada. O mercado não suporta mais isso. Está havendo uma acomodação de valores. Só que no Fluminense isso aconteceu de forma muito brusca.

Você renovou nos moldes do antigo contrato?

Claro que não. Tive um aumento. Só que dividi em dois: uma parte agora e outra no meio do ano.

O Fluminense ficou em sexto lugar no Brasileirão. Poderia ter ido mais longe?

Poderia, sim. Mas não estávamos preparados para disputar duas competições simultâneas. O elenco era pequeno, sem condição de manter o nível. Tanto que a gente foi bem no início do Brasileiro e, depois, somente no fim, coincidentemente quando o time saiu das outras competições (Copa do Brasil e Sul-Americana).

A volta do Fred atrapalhou?

Se os jogadores que atrapalham fossem iguais ao Fred, eu queria todos eles no meu time. Ele decidiu. E, claro, o time, sendo técnico e criativo, ajudou o Fred. Ele foi artilheiro do Campeonato. Mesmo com os vencimentos que ele tem, quantos clubes estão tentando arrumar uma maneira de contratá-lo? Aliás, acabou a temporada, e tem muita gente querendo os jogadores do Fluminense. Isso quer dizer que alguma coisa boa nós fizemos.

O Flu larga na frente em 2015?

Não larga na frente, não. A dificuldade existe, não tivemos condição de fazer um grande investimento e tivemos perdas. Mas acredito que a gente vai surpreender.

O Fluminense trará algum grande reforço?

Não. Não temos condição financeira para isso.

Fonte: EXTRA

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