Quinta-Feira, 10 de Outubro de 2024

Jovem com menos de 15 anos é diagnosticado com forma mais grave de Hanseníase

Publicado em 31/07/2014
Por Marta Soares
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Paciente procura atendimento com suspeita de Hanseníase/Marta Soares


 

Na última semana, mais precisamente no dia 10, o caminhão de atendimento e combate à Hanseníase esteve em Picos e atendeu a 75 pessoas que procuraram diagnosticar e tratar a doença. Destas 75 pessoas que buscaram a “Carreta Ponto Final da Hanseníase”, cinco foram diagnosticadas com Hanseníase, sendo que três pessoas apresentaram a forma multibacilar, destas três, uma criança menor de 15 anos.

Segundo o coordenador do programa de combate a Hanseníase na cidade de Picos, Gilberto Valentin, o caso da doença em pessoas jovens tem se tornado uma preocupação das autoridades, já que a doença atinge a faixa economicamente ativa da sociedade, ou seja, pessoas entre 20 e 45 anos. “Esse caso no menor de 15 anos nos preocupa porque é um caso que foge à normalidade da doença e considerando que a faixa etária abaixo dos 15 anos está mais ou menos fora do período de incubação (a doença pode levar 10 anos para apresentar os primeiros sinais), mostra que as crianças estão entrando em contato muito cedo com a bactéria”, disse o coordenador.

Diariamente as pessoas podem procurar o PAM – Posto de Atendimento Médico que é o centro de referência para atendimento da população, além disso, todas as Unidades Básicas de Saúde de Picos também estão preparadas para receber pacientes que tenham suspeita da doença.

Caso a doença se confirme, todo o tratamento é gratuito e deve ser iniciado tão logo a doença seja diagnosticada.

Sobre a doença
A hanseníase é uma doença infecciosa, curável, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium Leprae. A transmissão da doença se dá através de contato íntimo e contínuo com o doente não tratado. Apesar de ser uma doença da pele, é transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da saliva do paciente. Não há transmissão pelo contato com a pele do paciente. O período de incubação é prolongado, e pode variar de seis meses a seis anos.

O primeiro e principal sintoma são o aparecimento de manchas de cor parda, ou eritematosas, que são pouco visíveis e com limites imprecisos. Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração.

O diagnóstico da hanseníase é feito pelo dermatologista e envolve a avaliação clínica do paciente com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora etc. Se o dermatologista desconfiar de alguma mancha ou ferida no corpo do paciente, poderá fazer uma biópsia da área ou pedir um exame laboratorial para medir a quantidade de bacilos. O exame identifica se a hanseníase é paucibacilar, com pouco ou nenhum bacilo; ou multibacilar, com muitos bacilos.

O Tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nas formas mais brandas (paucibacilar) demora em torno de seis meses, já nas formas mais graves (multibacilar) o tempo é de um ano ou mais. É fundamental seguir o tratamento, pois é eficaz e permite a cura da doença, caso não seja interrompido. A primeira dose do medicamento já garante que a hanseníase não será transmitida.

A melhor forma de prevenir a doença é mantendo o sistema imunológico eficiente. Ter boa alimentação, praticar atividade física, manter condições aceitáveis de higiene também ajudam a manter a doença longe, pois, caso haja contato com a bactéria, logo o organismo irá combatê-la.

 

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