Incêndios em terrenos baldios ameaçam residências e estabelecimentos comerciais em Picos

A situação está quase fora de controle. O Corpo de Bombeiros de Picos tem registrado uma quantidade fora do comum de incêndios ateados em terrenos baldios por toda a cidade. Em alguns casos as chamas chegaram a ameaçar clínicas, residências e estabelecimentos comerciais, como se não bastasse o efeito nocivo da fumaça no organismo das pessoas que a inalam.

Para a comandante do Corpo de Bombeiros, capitã Ana Cléia Diniz Santos, essa situação não é falta de informação, uma vez que há sete anos os bombeiros tentam conscientizar a população picoense sobre esse problema, especialmente nesse período seco pelo qual passamos, mas as chamadas, para conter chamas que fugiram ao controle de quem as ateou, são constantes, às vezes chegam a cinco por dia.

Para piorar há lugares da cidade aonde o caminhão dos bombeiros não chega, como o bairro Aerolândia e o Cidade de Deus. E mesmo quando os bombeiros apagam o fogo ainda fica a fumaça que produz efeitos nocivos à saúde das pessoas. A comandante entende que é uma questão cultural, pois o perfil das pessoas que ateiam fogo no lixo são aquelas de mais idade, ainda arraigados a antigos costumes. “Mas é proibido isso, é crime ficar colocando fogo em terrenos baldios dentro da cidade”, frisou.

A capitã instrui os picoenses que ao presenciarem o momento em que as pessoas vão atear fogo nos terrenos baldios a chamarem os bombeiros imediatamente. Os militares deslocam-se até o local para conversar com essa pessoa e evitar que ela cometa a infração. “Gente, você colocar fogo aqui no centro, cheio de residência, armazéns, onde tem arroz, farinha, plástico, tudo isso pega fogo muito rápido. As pessoas precisam ter mais consciência”, reclamou.

A capitã Cléia informa que atear fogo em terreno baldio é crime e as pessoas que assim procedem estão passíveis de punição, podendo ser encaminhadas para a delegacia. Mesmo assim, ainda não há registro de que alguém tenha sido punido na cidade de Picos. “Não, nunca aconteceu. Toda vez que a gente chega a pessoa diz que não sabia, que ia causar aqui e que é prejudicial à saúde”, explicou.