Quinta-Feira, 10 de Outubro de 2024

“Está claro que o trabalho da polícia não está satisfatório", disse Nega Mazé

Publicado em 19/06/2014
Por Marta Soares
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Nega Mazé/Marta Soares

UMP afirma que a Delegacia da Mulher de Picos não satisfaz

Na tarde desta quarta-feira, dia 27, o auditório do Fórum Senador Helvídio Nunes foi palco de discussões a cerca da Lei Maria da Penha, ocasião em que os 8 anos da Lei foi comemorado e discutido. Representantes de diversos órgãos participaram do debate. Conhecida por suas lutas em defesa da mulher, Maria José do Nascimento, a Nega Mazé, declarou-se insatisfeita com a Delegacia da Mulher de Picos.

O Núcleo Multidisciplinar do Tribunal de Justiça promoveu o evento, que teve como palestrantes o promotor de justiça Cláudio Soeiro, Nega Mazé, Amanda Bezerra - representando a Delegacia da Mulher de Picos - e o Assistente Social do Núcleo Maria da Penha, José Francisco do Nascimento.

Segundo Mazé, dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontam que após a criação da Lei, o número de violência contra mulheres aumentou. Questionada pelo Folha Atual se a Delegacia da Mulher de Picos satisfaz as demandas locais, ela afirmou que existe dificuldades até para ter acesso aos números referentes à violência doméstica.

“Está claro que o trabalho da polícia não está satisfatório. Nós estamos errando em alguma coisa e a gente até se atreve a dizer qual é o erro, é a falta de priorização dos poderes públicos constituídos que não fortalecem os órgãos de apoio a aplicação da Lei Maria da Penha”, disse.

Mazé disse ainda que a delegada Tânia, que responde pela Delegacia da Mulher, está sobrecarregada, com isso há um faz de conta de que a Lei está sendo cumprida.

De acordo com dados do Ipea, Em 8 anos, pelo menos 100 mil mandados de prisão foram expedidos e mais de 300 mil vidas de mulheres salvas, em todo o país. Para Mazé, a lei representa um avanço no combate à violência contra a mulher, mas ainda falta trabalhar as medidas protetivas às vítimas dessa violência doméstica e familiar.

Para tal, a construção da Casa Abrigo seria um dos pilares destas ações protetivas e Picos ainda não a possui, mas ainda de acordo com Mazé, após diversas reuniões com o prefeito de Picos, Kleber Eulálio, a Casa Abrigo deve estar em funcionamento no prazo de 8 meses.

 

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