Reforma do SAMU abrangerá desde estrutura física até organização do trabalho

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Picos (SAMU), instalado pelo governo federal na cidade no ano de 2006, na gestão do ex-prefeito Gil Paraibano, carecia de uma reforma urgente. A secretária de Saúde, Ana Eulálio, em entrevista ao Folha Atual informou que essa reforma irá desde a estruturação do prédio, localizado no bairro Ipueiras, até a organização dos serviços, cujas chamadas de emergência serão direcionadas a Teresina.

“Além de melhorar a estrutura física fazendo algumas adequações exigidas pelo Ministério da Saúde, como por exemplo: a garagem, que fica ao lado do SAMU, vamos ter de refazê-la para que a ambulância possa ser lavada. Essa é a última etapa”, frisou. Ela informa ainda que a rede elétrica também será modificada uma vez que a atual é inadequada para o uso de computadores e equipamentos, como as centrais de ar.

Segundo a secretária a reforma deveria ter sido iniciada ao final de 2013, mas encontraram problemas com a licitação que só neste ano foi concluída. A obra está orçada em R$ 60 mil, mas Ana Eulálio adianta que esse valor pode aumentar de acordo com as necessidades surgidas. Os recursos são oriundos da Prefeitura, em sua maioria, até do Ministério da Saúde. A instituição ainda será equipada com mobiliário para garantir o conforto dos profissionais que fazem o SAMU.

A organização do processo de trabalho do SAMU também está em pauta e parece encontrar algumas resistências. Há a dificuldade de contratar profissionais médicos, uma vez que o salário não seria “atrativo”. Apenas uma médica é concursada, os outros sete são contratados. Por ser uma base avançada, o SAMU conta com um médico regulador e um intervencionista, ou seja, enquanto um profissional fica ao telefone conversando com a pessoa que pede socorro o outro deve sair e ir até o encontro do paciente.

“Aqui em Picos nós só tínhamos um médico, e este tinha de fazer dupla função, ser socorrista e regulador. Considerando os custos do SAMU no Brasil inteiro, há uma orientação do Ministério da Saúde de centralizar as chamadas em Teresina”, declarou.

Ana Eulálio frisa que a ideia não partiu da Secretaria de Saúde, mas veio de cima, do Ministério da Saúde. Ela apoia a medida, apesar das resistências encontradas. A Secretária garante que o profissional médico possa fazer a função principal de socorrista, deixando a intervenção para Teresina.

Ana Eulálio assegura que a população não sofrerá com essa medida. A alteração será a de que, quando uma pessoa ligar para o SAMU, no número 192, a chamada será atendida em Teresina e de lá acionará a base local para prestar o socorro, com a mesma eficiência de tempo, assegura. O grande diferencial é que o médico poderá se deslocar para junto do paciente. A medida seria irreversível, uma vez que a mudança foi aprovada em maio desse ano de 2014. A empresa responsável pela implantação do sistema já esteve em Picos e realizou o processo. Após a reforma haverá a recomposição da equipe, sem demissões.