Seria realizado nesta quarta-feira, dia 20, o julgamento dos dois acusados de assassinar o vereador Francisco de Assis Pio da Silva, o Titico Barbosa, 41 anos. Josimar Holanda Nunes, o Mazinho e José Gonçalves Nunes, o Zé Neto, são acusados de assassinar a tiros e a golpes de faca, o vereador de Picos. O crime aconteceu em um bar na localidade Angical dos Domingos, zona rural de Picos, no dia 14 de outubro de 2012, por volta das 18h30, uma semana após as eleições municipais, onde o vereador havia sido reeleito.
Nos dias 18 e 19 de janeiro de 2013 foi realizada a audiência de instrução dos acusados, onde foram ouvidas as testemunhas de defesa e os dois acusados, Josimar Holanda Nunes, o Mazinho e José Gonçalves Nunes, o Zé Neto. Mazinho e Zé Neto são acusados também de tentativa de homicídio contra Francisco das Chagas Pio da Costa. Mazinho é acusado ainda de lesão corporal contra Vanessa Silva Pio Rufino.
Estava marcada, por tanto, para ter início amanhã (20) o julgamento – júri popular – dos acusados, mas segundo a juíza da 5ª Vara, Nilcemar Araújo, a defesa dos acusados ingressou pedido de Desaforamento de Julgamento junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí e ontem, dia 18 de agosto, o desembargador relator, Pedro Alcântara da Silva Macêdo, decidiu liminarmente suspender o julgamento dos acusados até o julgamento do pedido de desaforamento.
O desaforamento, em linguagem simples, é a transferência do julgamento do processo para outra comarca, ou seja, o advogado de defesa dos acusados, solicitou que o julgamento dos mesmo seja transferido para a comarca de Teresina.
Segundo a juíza, a justificativa levantada pelo advogado é a de que o julgamento feito em Picos poderia causar prejuízos aos acusados. E dentre os argumentos utilizados pela defesa, ele coloca em dúvida a imparcialidade dos jurados, notadamente diante do clamor público. Ele alega também, de acordo com a decisão do desembargador, que a vítima fatal, no caso, o ex-vereador Titico, teria grande influência, alegando ainda que Picos é reduto eleitoral da família da vítima e que a mesma teria também grande influência na região.
Em um prazo de 10 dias o pedido será analisado. Ao Folha Atual a juíza disse que a decisão não foi uma surpresa porque já tinha conhecimento do pedido. Caso o pedido de desaforamento seja negado, a juíza Nilcemar afirmou que remarcará a data do julgamento. Enquanto isso, os acusados permanecem presos na Penitenciária José de Deus Barros.