Com muro caído, escola abriga criminosos e oferece riscos a moradores

Desde que parte do muro da Unidade Escolar Petrônio Portela, localizada na Rua Luís Nunes, bairro São José, veio abaixo, os moradores da vizinha Rua Santa Rosa, que fica na lateral da escola, tem sentido muito medo e apreensão, pois criminosos estão usando o interior do colégio para se abrigar e cometer atos ilícitos.

Em uma das situações mais desagradáveis vividas recentemente, a cunhada da dona de casa, Josina Valbina de Moura, foi assaltada por um desconhecido que saiu detrás da parede onde o muro caiu. “Tomou a frente dela, tomou a bolsa e mandou ela correr”, relatou. Vítima do assalto, a senhora Josefa Mendes encontrou ajuda em pessoas que estavam nas proximidades, mas o autor do assalto nunca foi localizado. Na ocasião ela perdeu o aparelho celular, documentos e dinheiro.

Residindo há 14 anos na Rua Santa Rosa, a senhora Josina Vabina, diz que já sentia medo antes e com esse buraco na parede da escola, a sua preocupação se somou ao medo habitual proporcionado pelo aumento da criminalidade em Picos. “Pode se esconder bem aí, sair ameaçar a gente, e não podemos fazer nada”, lamentou.

Morando em frente a lateral do Petrônio Portela, próximo de onde o muro está caído, a dona de casa Maria Lúcia Gonçalves, não esconde a sua apreensão. Ela relata ter visto recentemente pessoas em atitude suspeitas, tendo acesso ao interior da escola. “Esconderijo, outro dia parou uma moto aqui de frente e eles entrarão lá pra dentro, e eu aqui dentro de casa com medo”, declarou.

Todos os vizinhos tem demonstrado preocupação com a situação especialmente depois do assalto sofrido pela cunhada da senhora Josina Valbina. Pelo menos duas pessoas já teriam sido assaltadas depois da queda de parte do muro.

Nossa equipe conversou com o diretor da escola, Natanael de Sousa Martins. Ele informou que solicitou a Secretaria Estadual de Educação que procedesse com os reparos necessários. Natanael informou que após a queda desse trecho do muro que circunda a Unidade Escolar Petrônio Portela, esteve no local com um mestre de obras que fez o orçamento.

O diretor explica que toda a lateral do muro que faz vizinhança com a Rua Santa Rosa está condenada, e que não há sentido em tapar apenas aquele buraco. A água que desce com a chuva lá levou toda a calçada, enfraquecendo as bases da parede. O aconselhável, segundo relatou, seria demolir toda a muralha e construí-la novamente. Natanael explicou ter elaborado o projeto de reforma, com fotografias do local, e encaminhado ao corpo de engenheiros da Secretaria de Educação junto com o orçamento, mas nunca obteve resposta.

Ele explica ainda que não há possibilidade de a escola realizar essa reforma com o recurso de R$ 980,00 que recebe mensalmente, pois esse dinheiro serve para a administração escolar.

Em recente entrevista a imprensa estadual o governador Wilson Martins (PSB) anunciou a reforma de uma série de escolas picoenses, dentre elas a Unidade Escolar Petrônio Portela. Até essa reforma ser concluída os moradores devem conviver com o medo e evitar sofrer assaltos.