Uma equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos identificou nas últimas semanas os principais problemas presentes nos 8km de extensão do Rio Guaribas, desde a Cipaúba, que é o limite entre Sussuapara e Picos, até os Torrões. Foi o que nos informou o secretário Glauber Silva.
Desde que a SEMAR – Secretaria Estadual de Meio Ambiente e outros órgãos federais, como o DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra a Seca iniciaram os debates sobre o uso da água da Barragem de Bocaina, os municípios de Bocaina, Sussuapara e Picos estão identificando os problemas e indicando soluções para que a água da barragem chegue a locais como o povoado de Torrões.
Um relatório feito pelos técnicos da SEMAR e apresentado pela própria secretaria, apontou que o ponto mais crítico do Rio Guaribas está na cidade de Picos. Dentre os principais problemas encontrados estão os bancos de areia, bombas não autorizadas sugando a pouca água que corre, passagens molhadas construídas sem planejamento e em locais inadequados, impedindo o curso natural do rio.
Com os problemas identificados, desde a última semana equipes da Secretaria de Meio Ambiente de Picos iniciaram o trabalho de desobstrução de alguns embarreramentos. Segundo Glauber Silva, esse trabalho que começou a ser feito é inédito. Ele disse que o antigo gestor da Prefeitura de Picos, Gil Paraibano, quando desenvolveu a “Prainha de Picos” e quando fez a dragagem do rio, os fez sem um planejamento, sem projeto e sem licença ambiental emitida pelos órgãos estaduais e federais. Com isso, o município foi multado pelo IBAMA de Teresina em R$ 200.000,00 – duzentos mil reais.
Segundo Glauber, no caso da multa de R$ 200.000,00 que a prefeitura está sendo cobrada, trata-se de uma Infração Administrativa da antiga gestão. O ex-prefeito Gil responderá a processo criminal por executar uma obra num rio sem licença ambiental: “O rio é estadual e ele deveria ter solicitado a licença. Ele limpou o rio, o que até certo ponto foi bom porque evitou enchentes, mas fez isso sem projeto e sem pedir a autorização”, disse. .
Uma empresa de assessoria ambiental já está à frente do caso para buscar junto ao IBAMA uma redução da multa alegando que a prefeitura está empenhada em apresentar soluções para o problema e desenvolvendo um projeto de revitalização, que passa pela limpeza do rio, dragagem, plantação de mata ciliar e em seguida, urbanização.
O projeto a ser apresentado ao IBAMA envolve cinco principais ações: plano de monitoramento da água, que deve ser feito em parceria com a AGESPISA; plano de requalificação do leito; plano de educação ambiental, a ser desenvolvido pela Secretaria de Meio Ambiente e Sec. de Saúde; plano de reflorestamento para recompor a mata ciliar e por último, o plano de urbanização, que visa construir um parque semelhante ao Poty Cabana, de Teresina.