Sábado, 05 de Outubro de 2024

Encostas de morros oferecem riscos a moradores

Publicado em 12/02/2013
Por Jailson Dias
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Encosta dos morros/Jailson Dias

Como nem tudo é perfeito o período chuvoso traz consigo esperança para os nordestinos, mas também medo, principalmente para os moradores das encostas dos inúmeros morros que circundam a cidade de Picos. Junto com a água vem a lama que desce ribanceira abaixo deixando os moradores das casas nas chamadas áreas de risco extremamente temerosos de deslizamentos.

Residente há apenas dois anos na Rua Bela Vista, bairro São José, a dona de casa Priscila Kelly do Nascimento Santos, diz temer a grande quantidade de água que desce de cima do morro da Aerolândia. Como o acesso é difícil, carro não sobe. Quando alguém adoece tem de ser carregado até a ambulância para aí sim ser encaminhado para atendimento no hospital.

Para evitar que a água continue levando o quintal de sua casa, o marido de Priscila Kelly construiu por conta própria uma pequena parede como forma de segurança, proporcionando uma pequena segurança, já que água passa a ser canalizada.

Com 30 anos morando na Rua Bela Vista, a pensionista Maria do Socorro, diz sempre ter sentido vontade de deixar o local, mas atendendo ao pedido da mãe de 88 anos permanece. Por trás da residência onde vive há uma parede natural de pedras e terra, muitas das quais caem durante o período chuvoso. “Já caiu lajeiro que despregou desses outros aí, mandei botar essas pedras para ver se protege”, disse ela apontando para a cerca de pedras improvisada.

Mais temerosa ainda com a sua situação a aposentada Creusa Maria Dias da Silva, 62 anos, aponta para uma verdadeira cratera aberta à frente da sua casa. “Eu não durmo, pois tenho medo de qualquer hora desabar tudo isso”, declarou. Ela disse que nunca foram tomadas providências nas gestões anteriores. Para tentar deter esse problema ela mandou improvisar uma pequena parede de pedras, mas pouco resistente às chuvas.

Os moradores pedem a construção de paredões que detenham a queda de terra e pedras, e canalizem a água, além do necessário trabalho de saneamento básico, pois o esgoto de foças corre a céu aberto, oferecendo problemas de saúde da população. “Eu tinha vontade mudar, mas não tenho essa condição”, lamentou. Ela apontou para casas vazias, abaixo da sua, onde os vizinhos se mudaram com medo dos deslizamentos.

No momento a Comissão Municipal de Defesa Civil que fiscaliza situações como essa, está em processo de renovação, mas o Secretário Municipal de Obras, José Ribamar Macedo Júnior disse estar atento à situação das encostas dos morros.

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