Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2024

Presidente do Sindicato diz que comerciários de shoppings são escravizados

Publicado em 27/04/2014
Por Jailson Dias
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Marcos Holanda fala em negociação sobre os shoppings /Jailson Dias

Os dois shoppings que funcionarão na cidade de Picos ainda estão em início de construção, mas como tudo deve ser pensado muitos já estão fazendo planos para quando esses dois empreendimentos estiverem prontos. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Picos (SINTRACS), Marcos Holanda, a preocupação gira em torno das condições de trabalho das pessoas que farão funcionar esses templos do capitalismo. Ele entende que os funcionários são “escravizados”.

Marcos Holanda aponta os motivos para a sua declaração. “Quem trabalha no shopping não tem um local para almoçar, o banheiro é coletivo, então, uma série de coisas. Eles não têm privacidade, ficam vulneráveis”, declarou. Mesmo com a praça de alimentação, que existem em todos os shoppings, as refeições dos funcionários ficam comprometidas, uma vez que não ganham o suficiente para desfrutar com frequência desses espaços.

Segundo o presidente do Sindicato as negociações sobre as condições dos trabalhadores nos dois shoppings que funcionarão na cidade acontecerão a partir de 2015, quando os empresários determinarem os seus representantes. “Geralmente, em Teresina, eles fazem à parte, mas aqui em Picos não sabemos quem serão os representantes deles (dos empresários). Quero dizer que estamos atentos para levar as exigências dos trabalhadores para o setor patronal”, frisou.

Outro detalhe importante levado em consideração é o salário mínimo a ser pago aos comerciários que trabalharão nos shoppings, levando-se em conta uma série de particularidades, em especial o horário de trabalho, uma vez que esses estabelecimentos funcionam até mais tarde. “Nós estamos vendo quando da instalação dos shoppings, eles estão em fase de construção e veremos essa situação depois”, declarou.

Em Picos, sempre no início do ano, quando do reajuste do salário mínimo nacional, acontece uma negociação entre os representantes dos comerciários e os patrões, com o objetivo de traçar um salário mínimo para cada setor. Os lojistas recebem atualmente R$ 775,00. Os funcionários de supermercado ganham R$ 807,00 e para os balconistas de farmácia o mínimo fica em torno de R$ 838,00.

Apesar dos avanços nos direitos trabalhistas Marcos Holanda diz que são constantes as denúncias de comerciários que alegam desrespeito por parte dos patrões, como atraso de salários, fundo de garantia não depositado e hora-extra não paga. Quando a negociação não avança, o setor jurídico do sindicato é acionado.

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