25° BC volta a abastecer povoados, mas crise de falta de água continua

No dia 04 de junho o Governo Federal, alegando que não vinha recebendo a prestação de contas dos recursos da “Operação Carro-pipa”, decidiu cancelar o abastecimento de água através desses caminhões. O presidente da Defesa Civil de Picos, Oliveiro Luz, informou que o 25° Batalhão de Caçadores de Teresina já foi autorizado a retomar os trabalhos com os carros-pipa, mas essa medida ainda é insuficiente para as populações que vivem nas comunidades rurais.

Oliveiro Luz frisa que é imprescindível que a Defesa Civil do Piauí seja autorizada a retomar a “Operação Carro-pipa”, algo que ainda não foi determinado pelo Governo Federal. O 25° BC sozinho não conseguirá sanar as necessidades da população. “Esses tecnocratas que vivem entre quatro paredes não sabem o sofrimento do sertanejo que vivem com falta de água e alimento, porque o inverno não foi suficiente para que tenham uma safra boa”, protestou.

Em Picos são seis os povoados que dependiam diretamente da água levada pelo carro-pipa: Custaneira, Serra do Tanque, Juaí, Serra do Mocambo, Chapada do Fio e Três Postes. Como se não fosse suficiente ainda há o povoado Mirolândia, cuja bomba que distribui a água do poço sofreu um defeito. Com isso a população também está dependendo desses caminhões. “As outras comunidades, vai depender da Defesa Civil autorizar esse carro-pipa para ajudar nessas áreas que estão sem água”, declarou.

Oliveiro Luz explica que os carros-pipa seguem uma sequência. Os carros ligados ao 25° BC devem levar 99 carradas de água até o dia 04 de julho, número insuficiente para atender a demanda da população. Após a conclusão desse trabalho deve haver a prestação de contas em Teresina. A defesa civil de Picos foi comunicada que no dia 27 de junho deverá acontecer na cidade o cadastramento de carros-pipa, além da realização de vistorias.

Na sessão ordinária realizada na Câmara Municipal de Picos na tarde do último dia 11 de junho os vereadores denunciaram o cancelamento da “Operação Carro-pipa”, mas salientaram que esse tipo de medida é paliativa, ou seja, temporária. Os povoados não deveriam mais receber água dessa forma “humilhante”, mas através dos poços artesianos, cuja perfuração não seria mais tão cara.

Como não houve safra agrícola nesse ano, os moradores não tem dinheiro para pagar pelos serviços dos carros-pipa, cuja viagem pode custar de R$ 70,00 a R$ 120,00.