Na tarde desta quarta-feira, dia 04, técnicos da ANA – Agência Nacional de Águas, Secretaria Estadual de Meio Ambiente e representantes das cidades de Picos, Bocaina e Sussuapara, estão reunidos no auditório da Casa Brasil para tratar sobre a regulamentação e uso da água da Barragem de Bocaina, que conta com apenas 23% de sua capacidade atualmente.
Na reunião estão sendo discutidas: a regra de uso da água, a fiscalização, normas para extração de areia, metodologias eficientes das culturas de irrigação – isso porque 83% da irrigação utilizada atualmente faz uso da irrigação por inundação, como é o caso dos bananais.
O secretário estadual de meio ambiente, Mário Ângelo, falou ao Folha Atual que técnicos da SEMAR, juntamente com técnicos da ANA - Agência Nacional de Águas e do DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contras as Secas, avaliaram hoje pela manhã a situação da barragem e na reunião serão apresentadas as medidas que devem ser postas em prática em um curto espaço de tempo para que a população que precisa da água seja atendida.
A revitalização do Rio Guaribas também está em pauta nas discussões. Mário Ângelo afirmou que a escassez de água no reservatório de Bocaina e o assoreamento do Rio Guaribas estão afetando cerca de 200 irrigantes/agricultores no povoado Torrões.
“Você não pode parar seu carro na frente da garagem do seu vizinho porque isso vai impedir a passagem dele. Com esse exemplo eu comparo a situação da água do rio e da barragem, se quem tá acima usa mais água, não vai sobrar água para o que está mais abaixo. Temos que estabelecer regras, turnos de irrigação, números de horas por dia, que irriga domingo, segunda e terça, quem irriga quarta, quinta e sexta, quem irriga sábado e assim por diante”, falou Rodrigo Flecha - foto abaixo, superintendente de regulação da ANA.
Rodrigo disse ao nosso portal que uma ação ilegal está sendo praticada: extração de areia do leito do rio sem pedir outorga à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Segundo ele, a extração ilegal pode mudar o curso do rio e ao cavar enormes buracos, a água fica parada, criando pequenas lagoas, fazendo com que essa água evapore e não seja utilizada.
O Folha Atual questionou o superintendente se essa discussão não deveria ter acontecido antes da situação ter se agravado e ele nos disse que esse trabalho deveria ter sido iniciado em maio de 2013, quando o mesmo esteve na região e propôs uma série de medidas, que agora estão sendo resgatadas.
Sobre a revitalização do Rio Guaribas, Rodrigo disse que há um acordo com o DNOCS e com o município de Picos para a desobstrução – dragagem, limpeza e retirar os barramentos que obstruem a passagem da água – do mesmo no trecho que passa pela cidade.