Domingo, 06 de Outubro de 2024

Psicóloga da seleção se preocupa com a falta de mobilização do povo

Publicado em 09/04/2014
Por Erivan Costa
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Felipão conversa com os jogadores antes do treino: preocupação com desinteresse popular /Alexandre Cassiano / Alexandre Cassiano Marluci Martins

Teresópolis - A tática da seleção brasileira para a conquista do hexacampeonato não passa somente pelos pés dos craques, mas também pelas 23 cabeças dos jogadores do técnico Felipão. A psicóloga Regina Brandão, com uma espécie de consultório temporário e informal na Granja Comary, vem há dois dias traçando o perfil individual dos atletas e, praticamente encerrado o trabalho, não esconde uma preocupação: a falta de mobilização popular ao redor de uma seleção que tem gana pelo título e pelo abraço dos brasileiros, até agora indiferentes à Copa do Mundo.

— O fator emocional quando se joga em casa pode ter interferência — avalia Regina. — Jogar em casa pode ser bom ou ruim. É como acontece com os times: se joga em casa e ganha, é bom. Se perde, é ruim. Seria importante esse calor humano, mas as ruas não estão pintadas. O povo não se mobilizou.

Já que não pode ter influência sobre a cabeça da população brasileira, Regina cuida da responsabilidade que lhe pertence: a seleção. Ela chegou à Granja com mais duas psicólogas, Aline Magnani e Gisele Silva, na última quarta-feira. Cada uma improvisou um consultório, ocupando três salas da concentração. Logo no primeiro dia, num árduo trabalho de meio-dia à meia-noite, o trio ouviu metade do grupo.

— A conversa com cada jogador durou uma hora — explica Regina. — Vamos entregar ao Felipão o perfil individual dos jogadores, para que ele saiba como proceder com cada um. Felipão é fantástico nisso.

A resposta está sendo tão satisfatória, que Regina voltará amanhã para São Paulo, onde mora, tranquila em relação ao que viu dentro da concentração, mas preocupada com a atmosfera do lado de fora. Assim como a falta do verde-amarelo nas ruas do País, as aparições do “fantasma” da Copa do Mundo de 50 tem assustado Regina nesses dias de Granja Comary. Para ela, a melhor tática seria deixar de lado a derrota para o Uruguai, no fatídico Maracanazo.

— Não sei por que a imprensa gosta tanto desse assunto. A Copa de 50 não pertence a essa seleção. O Felipão é quem vai decidir o que fazer, mas eu, particularmente, acho melhor não falar sobre esse assunto. O que não deu certo, a gente deixa de lado. Um dia, ainda faço um seminário de psicologia para a imprensa — completa, buscando aliados para virar a página triste da história.

                                                                                                             
Fonte:EXTRA

 

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