Terça-Feira, 13 de Maio de 2025

ARTIGO: A hora das universidades públicas acabarem com as paralisações “colônia de férias”

Publicado em 07/04/2014
Por Marta Soares
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Orlando Maurício de Carvalho Berti
Jornalista, nascido e criado no Sertão do Piauí, andando e conhecendo um série de faces e interfaces na região de Picos. Professor efetivo (Adjunto I – DE), pesquisador e extensionista do curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo da UESPI – Universidade Estadual do Piauí. Estuda atualmente fenômenos comunicacionais ligados ao Sertão nordestino. Ex-professor e pesquisador dos cursos de Jornalismo da UESPI de Picos e da Faculdade R.Sá. É doutor em Comunicação Social pela UMESP – Universidade Metodista de São Paulo – por onde também é mestre na mesma área. Fez recentemente estágio doutoral na Universidad de Málaga, na Espanha.

Quem estudou ou estuda em uma universidade pública (seja ela estadual ou federal) sabe que a palavra GREVE é um dos termos mais temidos e um dos atos mais certos de ocorrer durante qualquer estada em um curso superior. Nos meus quatro anos de estudante de graduação em Comunicação Social – habilitação em Jornalismo – na Universidade Federal do Piauí presenciei quatro greves. Nos meus 12 anos de docência superior presenciei outras sete.

A greve é um direito de todos os trabalhadores e foi conquistado com muito suor e luta. Mas pensar em greve como se ainda vivêssemos na época de suas criações e mobilizações do Século XX, é tão atrasado quanto o pensamento que a Terra está no centro do Universo.

Boa parte das universidades públicas do País está sucateada. Falta quase tudo. E o que funciona é a base de muito milagre. Por isso a greve é um dos recursos que professores e funcionários técnico-administrativos encontram para clamar por melhor estrutura e, principalmente, por melhores condições salariais. Só para ter uma ideia: o salário de um servidor técnico-administrativo da Universidade Estadual do Piauí é de pouco mais de um salário-mínimo. Valor vergonhoso!

Por isso a cada semestre letivo somos surpreendidos com ameaças de greve. Como este é um ano eleitoral, um ano de Copa (a polêmica e tão sugadora de recursos, Copa da Fifa) e um ano em que as lutas sociais estão em evidência: as ameaças de greve são uma constante.

Mas enquanto paralisação e greve for sinônimo de Colônia de Férias: estou fora! Apoio o movimento, mas não cruzo os braços apenas por cruzar!

A luta por uma universidade pública melhor (mais que justa e necessária) deve ser feita em sala de aula, no dia a dia dos campi. Nada de cruzar os braços e todos ficarem em casa, com é useiro e vezeiro.

Temos de ir para a universidade, chamar a sociedade, convocar os pais, os irmãos, os parentes e amigos e mostrar a real situação em que se encontra o ensino superior.

Outras sugestões ao movimento: por que não um twitaço, passando-se em sala e sala e pedindo para todos usarem as redes sociais? Os estudantes universitários são bem conectados? Por que não uma série de esclarecimentos via Facebook? Por que não uma aula em frente a cada sede de instituição do Governo estadual em cada um dos campi? Inclusive nos que padecem por falta de professores? Por que não uma aula em frente às sedes dos governos, das prefeituras, das câmaras de vereadores? Por que não: novas audiências públicas nos campi? Por que não envolver os promotores de Justiça de todo o estado, inclusive do Ministério Público Federal?

São só simples sugestões de alguém que está de saco cheio de paralisações que não dão em nada!
A luta é importante, mas a forma que ela é conduzida e envolve as pessoas é que deve mudar e entrar no pensamento do Século XXI!

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