Douglas Nunes
Já havia concluído o Artigo anterior para ser enviado a este jornal quando me deparei com o caso desta pobre mulher, Fabiane Maria de Jesus de 31 anos, dona de casa e mãe de duas filhas que foi julgada, condenada e executada pela turba violenta do Guarujá-SP.
Parece que revivemos a anomalia dos tempos da Idade Média quando homens, mulheres e crianças eram arrastadas pelas ruas das cidades e impiedosamente mortos em praça pública; Carbonizados no poste da Inquisição ou enforcados, e lá ficavam seus restos mortais, independentes da idade, dependurados durante dias... Avançamos no tempo? Retrocedemos ao que parece; em pleno século XXI praticamos ainda essas aberrações, massacrando, dilacerando, escravizando, torturando e matando pessoas.
São pais assassinando filhos e filhos eliminando pais e agem como se fossem donos da vida alheia. Agem como se vivêssemos uma época de vazio moral. Deus inexiste para eles? Talvez, mas arderá em suas consciências porque Deus existe!
Há gênios da matemática, da física, da poesia até, mas nunca da moralidade, diria alguém. Mas não, uma porcentagem pequena de pobres almas ainda vive os séculos passados. São esses poucos de hoje que arrastam em tumulto pelas ruas da cidade os mesmos que há mais de dois mil anos, igualmente em tumulto, apresentaram a Jesus uma mulher e disseram: “Mestre, essa mulher foi pega em adultério. A Lei de Moisés manda que seja apedrejada. E tu, o que dizes”?
Disse-lhes então Jesus: “Quem de vocês não tiver também culpa, atire a primeira pedra”.
Justo é aquele que se justifica perante Deus; ao passo que justiceiro é aquele que deseja que sua vontade seja realizada de qualquer jeito, quer fazer justiça com suas próprias mãos. E assim esse justiceiro se condena, porque será julgado pelo Tribunal da Consciência que arderá e conflagrará durante anos ou séculos se preciso for, até que se arrependa dos males praticados durante a vida na Terra.