Domingo, 06 de Outubro de 2024

Metade das cidades do Piauí irá ficar sem delegado após decisão judicial

Publicado em 10/03/2014
Por Marta Soares
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Andrea Magalhães, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Piauí/Reprodução


 

O juiz Aderson Antônio Brito Nogueira, da 1ª Vara da Fazenda Pública do Piauí, acatou nesta segunda-feira (28/04) o pedido de liminar impetrada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí, determinando que nenhum Delegado do Estado poderá acumular função. Portanto, os delegados não podem mais responder por mais de um município, como acontece em quase todo o interior, onde alguns delegados dão plantão em até sete municípios.

Na decisão, o juiz determina que isso só será possível em casos provisórios, como licenças médicas, e o delegado deverá ser remunerado por isso. A Procuradoria do Estado será notificada e o governo deverá cumprir a decisão em um prazo de sessenta dias. Após a decisão, a delegada Andrea Magalhães, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Piauí, afirmou que pelo menos metade das cidades do interior ficarão sem delegado com o cumprimento da decisão, e garantiu: “Será cumprida!”.

“Já falei com o secretário e afirmamos que vamos cumprir a decisão. Pedimos ainda que seria bom que a Secretaria de Segurança elencasse as principais cidade onde os delegados hoje na ativa ficarão, que são pouco mais de 140”, disse Andrea.

Ela também lembra que a situação já poderia ter sido resolvida administrativamente. “Uma coisa tem que ser dita. Tentamos resolver administrativamente, mas nunca tivemos respostas. Na verdade a decisão apenas deixa clara a realidade. Não tem como um só delegado dar conta de 8 cidades, ta lá no papel, mas é impossível cumprir e quem perde é a população”, lamenta a presidente do sindicato.

E Andrea completa. “De que adianta ter um papel designando o delegado para oito cidades se ele não pode cumprir? A ausência já existe e é sentida todos os dias pela população. Tem delegado que precisa se deslocar até 130 quilômetros para atender uma ocorrência, alguns custeando do próprio bolso. Não recebemos nenhum auxílio por isso, mas não temos mais como carregar este ônus nas costas”.

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