Bairro Paroquial é o que oferece mais riscos de desabamentos em Picos

Para o coordenador da Defesa Civil de Picos, Oliveiro Luz, o bairro Paroquial é o que mais oferece riscos de desabamentos e desmoronamento de terras, uma vez que muitas casas foram construídas nas encostas dos morros. Ele calcula que pelo menos 100 famílias estejam em áreas de risco. Caso ocorra uma sequência de chuvas mais intensas e frequentes, ele não duvida que algumas pessoas poderão ficar desabrigadas.

“O bairro mais perigoso para o desabamento de terra é o Paroquial, se chover forte, com certeza haverá desabamento”, alertou o coordenador. Segundo informou as pessoas que vivem em áreas de risco são orientadas a procurarem a Coordenação de Habitação do Município, para se cadastrarem e serem prioridade nos programas nacionais de habitação, como o “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal.

O presidente da Associação de Moradores do bairro Paroquial, João Pereira de Sousa, o João Pena de Ouro, declara que deveria haver agilidade na transferência dessas famílias e, em caso de desapropriação, as casas deveriam ser destruídas. Ele desaconselha o trabalho de construção de “muros de arrimo”, que evitam temporariamente o deslizamento de terras, tornando-se, portanto, uma medida paliativa.

Ele denuncia que existem pessoas do bairro Paroquial que foram contempladas com moradias em outros bairros, como o Cidade de Deus e Morada Nova, mas venderam as casas novas e voltaram para a morada antiga, mesmo correndo risco de vida. Em alguns casos alugaram as casas novas e, em outros, as antigas.

“Enquanto tiver essa maneira de ganhar e não derrubar aquela onde a família foi retirada, não resolverá nunca esse problema, pois toda vez haverá alguém que vai querer ganhar uma casa”, declarou.

Conferência

Na manhã da terça-feira, 11, foi realizada em Picos a I Conferência Municipal de Defesa Civil. O evento aconteceu no plenário Vereador Pedro Barbosa, da Câmara Municipal, contando com a participação de setores da sociedade civil organizada.

No entanto, Oliveiro lamentou o baixo comparecimento, especialmente em se tratando de um tema pelo qual todos os picoenses deveriam ter mais atenção, uma vez que a cidade de Picos está localizada entre um rio e morros. Em caso de fortes chuvas, além do deslizamento, há o alagamento do rio Guaribas, como foi vivenciado pela população em um passado recente.