O projeto que promete mudar o cenário da seca no semiárido do Piauí voltou oficialmente à pauta do Governo Federal. O estudo de viabilidade do Canal de Integração do Sertão Piauiense, responsável por levar as águas do Rio São Francisco ao semiárido, foi incluído no Novo PAC dentro do eixo Água para Todos, conforme publicação da Resolução CGPAC nº 11, feita nesta quarta-feira (15) no Diário Oficial da União.
A medida autoriza o início do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental e Social (EVTEAS), que avaliará as melhores alternativas para execução da obra. O estudo será coordenado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e tem custo estimado em R$ 8,5 milhões.
Segundo o governo, o empreendimento poderá beneficiar diretamente 26 municípios, sendo 24 no Piauí e dois na Bahia, com um público estimado de 698 mil pessoas. Outros 85 municípios ainda poderão ser impactados indiretamente com o aumento da oferta de água e a dinamização das atividades produtivas.
O secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira, destacou que a inclusão do estudo no Novo PAC é um passo decisivo para transformar o projeto em realidade.
"Todo grande empreendimento, até ser realizado, precisa passar por essa etapa de estudo. Isso dá segurança de que, demonstrada a viabilidade, a gente vai conseguir dar os próximos passos, que é a elaboração do projeto, e, quem sabe, futuramente, a gente já pode começar a discutir com a população do Piauí sobre as obras do que a gente chama de Eixo Oeste da transposição, o Canal do Sertão Piauiense", afirmou.
O Canal do Sertão Piauiense está inserido no Eixo Oeste da Transposição do Rio São Francisco, e prevê a perenização dos rios Canindé e Piauí a partir de uma ligação com o reservatório de Sobradinho, na Bahia. O objetivo é criar uma fonte permanente de abastecimento hídrico, assegurando água para consumo humano, irrigação e agricultura familiar.
A inclusão do projeto no Novo PAC é vista como resposta a uma reivindicação histórica de prefeitos, produtores e comunidades rurais do semiárido, que convivem há décadas com a escassez de água. Com a iniciativa, o Piauí passa a ocupar um papel estratégico no sistema nacional de segurança hídrica.
Os municípios diretamente contemplados pelo estudo são: Alegrete do Piauí, Belém do Piauí, Campo Alegre do Fidalgo, Capitão Gervásio Oliveira, Caridade do Piauí, Coronel José Dias, Curral Novo do Piauí, Dirceu Arcoverde, Dom Inocêncio, Francisco Macedo, Jacobina do Piauí, Lagoa do Barro do Piauí, Massapê do Piauí, Padre Marcos, Patos do Piauí, Paulistana, Queimada Nova, São Francisco de Assis do Piauí, São João do Piauí, São Julião, São Lourenço do Piauí, Simões, Vila Nova do Piauí, São Raimundo Nonato, Fartura do Piauí e Marcolândia.
Fonte: Portal O Dia