A partir desta semana, os piauienses passam a pagar mais caro pelo botijão de gás de cozinha. De acordo com o Sindicato dos revendedores de Gás do Estado (Sindirgás-PI), o reajuste anual, decorrente da determinação coletiva das distribuidoras, já começou a chegar aos consumidores e deve elevar o valor do botijão de 13 kg em até R$ 10. Com o reajuste, o produto pode custar entre R$ 125 e R$ 130, enquanto o preço anterior era de R$ 115, dependendo da região.
Na verdade, o reajuste começou no restante do país ainda no último dia 1 de setembro, mas passa a ser sentido no Piauí somente a partir desta semana. Segundo o vice-presidente do Sindirgás, Tiago Pinheiro, o repasse costuma acontecer no mês de setembro, embora não haja uma data fixa para os aumentos serem aplicados. “As distribuidoras negociam com seus funcionários em agosto e, em setembro, o reajuste chega ao consumidor”, diz o representante.
Tiago afirma que a data de aplicação do reajuste depende de cada distribuidora. No Piauí, são quatro marcas, sendo cerca de 600 distribuidoras em todo o estado, com em média 400 delas localizadas em Teresina. “Algumas distribuidoras já aplicaram o valor na semana passada e outras estão fazendo o repasse agora. A alta varia de R$ 5 a R$ 10 por botijão e o preço final depende da política de cada empresa e também da logística de transporte”, explica.
O representante lembra que o gás vendido no Piauí vem do Maranhão, Ceará ou Bahia, e que a distância até cada cidade interfere diretamente no preço do botijão. Em Teresina, o produto já custa em torno de R$ 120 e, com o reajuste, pode atingir até R$ 130. Ele ressalta ainda que, além da determinação, outros fatores podem provocar novos aumentos ao longo do ano, como variações no câmbio, no preço do barril de petróleo, na política da Petrobras ou até no valor do diesel. Segundo Tiago, não há previsão de novos reajustes neste ano, apesar de sempre haver a possibilidade.
O setor de restaurantes também já sente a pressão do aumento do gás. Francilândio Alves, conhecido como Nande, proprietário de um restaurante que emprega cerca de 60 pessoas, teme que o aumento comprometa o equilíbrio das contas. “Sempre que há reajuste, precisamos decidir se repassamos ao consumidor ou se absorvemos o impacto. O problema é que o cliente muitas vezes acha que estamos agindo de má-fé quando aumentamos o preço da refeição, mas não é isso. É que a conta precisa fechar”, destaca.
Para reduzir o peso do reajuste, o proprietário busca alternativas como negociar com fornecedores e comprar insumos mais baratos, mas admite que nem sempre é suficiente. “Temos despesas muito altas com energia, encargos trabalhistas e manutenção do atendimento. Ou o cliente divide essa conta com a gente ou o prejuízo dificulta o negócio”, diz Nande.
Para o consumidor que usa o gás de cozinha em sua residência, uma estratégia para enfrentar o aumento costuma ser economizar no consumo. Muitas pessoas relatam que cozinham em maior quantidade para a semana toda ou pesquisam os preços antes de comprar, sendo a última uma grande recomendação de Tiago Pinheiro, representante de Sindigás. O sindicato recomenda que os consumidores façam essa pesquisa para evitar pagar mais do que o necessário, já que, embora as variações dentro das cidades sejam pequenas, ainda podem representar economia no final do mês.
Com o reajuste, o botijão de gás reforça seu peso no orçamento da população, quanto de membros do comércio, tanto de famílias, especialmente naquelas de baixa renda que já enfrentam o aumento de outros itens básicos. O impacto na conta, para a sociedade em geral, é o mesmo, já que o gás segue sendo indispensável, mas cada vez mais caro.
Fonte: Portal O Dia