Quarta-Feira, 09 de Outubro de 2024

Câmara Municipal aprova projeto que institui o Dia Municipal da Umbanda

Publicado em 24/01/2014
Por Jailson Dias
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Praticantes da Umbanda na Câmara Municipal /Jailson Dias

Ao final da sessão ordinária da tarde da quinta-feira, 27, a Câmara Municipal de Picos aprovou em segunda votação o projeto de lei que institui o 13 de Maio como dia municipal da Umbanda. O projeto foi apresentado pelo vereador Wellington Dantas (PT) a pedido da Coordenadoria Municipal de Direitos Humanos e de Política de Livre Orientação Sexual que, por sua vez, foi procurada pelos umbandistas da cidade pedindo o reconhecimento público de sua fé.

Representantes da Coordenadoria dos Direitos Humanos estiveram na Câmara acompanhando o trabalho dos vereadores, contando, inclusive, com a presença de pessoas que professam essa religião. A chefe da Coordenadoria, Jovanna Cardoso, informou que se Picos deseja ser um município “laico”, todas as religiões devem ser comemoradas igualmente.

Quanto a escolha do 13 de Maio, data oficial da Abolição da Escravatura no Brasil, Jovanna Cardoso informou que foi uma opção dos próprios umbandistas. “A Umbanda é uma religião tipicamente brasileira, mas ela nasceu através do Candomblé, que veio da África com os escravos. Como já é uma data comemorativa, eles decidiram em assembleia por esse dia”, explicou.

Jovanna informa ainda que dentre as ações da Coordenadoria dos Direitos Humanos está o enfrentamento a intolerância religiosa e “apoio às comunidades tradicionais”, como os terreiros de umbandistas.

Praticante dessa fé há mais de uma década, mesmo período em que chefia um terreiro como Pai de Santo, Francisco Valdemir, mais conhecido por Bimba, declarou que o estabelecimento dessa data é uma forma de reconhecimento, uma vez que os terreiros picoenses são frequentados por todas as esferas da sociedade, desde as pessoas mais humildes até as mais destacadas.

Ele lamenta que ainda há o medo por parte dos frequentadores do terreiro de se declararem umbandistas, temendo o preconceito e a discriminação que ainda vigora na sociedade. “Existe, existe sim (preconceito), mas não só aqui, em todo lugar”, explicou. O Pai de Santo frisa que um umbandista pode frequentar outras religiões, não havendo restrições.

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