A nova conjuntura política do Piauí marcada pelo racha aparentemente irreconciliável entre PT e PMDB, pelo menos até as eleições de 2014, vem causando desconfortos na cidade de Picos. Além da preocupação de manter a administração municipal unida, há ainda a Câmara Municipal, cuja atual situação deve ser analisada. Em anos eleitorais os vereadores fazem as vezes de cabos eleitorais e não poupam esforços em ajudar os seus candidatos a se elegerem, o que pode gerar transtornos.
Atualmente o poder legislativo é formado por 15 vereadores que integram os seguintes partidos: PSB – a maior bancada - com cinco parlamentares; PMDB, três vereadores; PTB, dois vereadores; PT, um vereador; PSDB, um vereador, PPS, um vereador; PSL, um vereador; SDD, um vereador.
Como o PT, PMDB e PTB são partidos da base aliada do prefeito Kleber Eulálio (PMDB), resta saber como os seus representantes vão se comportar quando o período eleitoral se aproximar e os ânimos se acirrarem, uma vez que PT e PTB agora são oposição ao governo do estado.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Hugo Victor (PMDB), informa que haverá uma reunião entre os parlamentares para que não levem a campanha para o plenário, focando-se apenas nos assuntos referentes a cidade de Picos. Como a sessão ordinária é transmitida pela potente Rádio Cultura FM, cuja emissão ultrapassa as fronteiras do estado do Piauí, há a preocupação de que os parlamentares usem a tribuna para propalar o nome dos seus candidatos.
Em 2010 ao constatar que os vereadores faziam campanha para os seus candidatos, o então promotor Flávio Teixeira determinou que as sessões não fossem transmitidas pela rádio durante o período eleitoral. A medida acabou provocando um esvaziamento das sessões ordinárias uma vez que os vereadores preferiam acompanhar seus candidatos na busca por votos.
Único representante do PT na Câmara Municipal o vereador Wellington Dantas garante que não haverá empecilhos, prevalecendo a aliança entre o PT e o PMDB na cidade de Picos. Ele declara ainda que os vereadores devem pedir votos para os seus candidatos sem que haja racha. “O que não vai acontecer é a tribuna sendo utilizada para pedir votos, isso não vai acontecer nem pra um, nem pra outro”, declarou.