Inicialmente a sala de espera do Hospital Regional Justino Luz de Picos estava repleta de pessoas esperando atendimento médico na manhã desta segunda-feira, 02, mas, aos poucos, foi sendo esvaziada porque não havia médico clinico geral plantonista para atender as pacientes. Muitos externaram a sua frustração e revolta ante o descaso verificado contra quem precisa do sistema público de saúde.
Nossa equipe conversou com algumas dessas pessoas, dentre elas a dona de casa Rose Neuma Ana da Luz (foto abaixo), que buscava socorro para o seu filho, que aparentava estar com fraturas na clavícula e perna. Ela disse ter feito a ficha de atendimento do garoto, sendo encaminhada a “sala de acolhimento”, onde foi informada que não haveria ortopedista para atender nesta segunda-feira. “Me mandaram voltar amanhã”, declarou a dona de casa, ainda sem a certeza de que seu filho realmente seria atendido no dia seguinte.
Desde as 7h30min da manhã o mototaxista Edimilson Gonçalves (foto abaixo), 44, também teve de voltar para casa sem atendimento médico. Ele sofreu um acidente de moto e buscou o Hospital Regional. “É um descaso porque no meu caso eu posso esperar até amanhã, mas tem casos aí como de uma senhora que foi para uma clínica porque não tinha médico”, protestou.
Muitos foram os casos semelhantes verificados nesta manhã, como da empresária Maria José, que trouxe um de seus funcionários que também havia caído de moto em Jaicós. Ela demonstrou preocupação porque o rapaz, embora estive lúcido, não parava de sangrar pelo nariz.
Nossa equipe buscou a direção clínica do Hospital Regional para falar sobre o assunto. O médico responsável não pôde nos receber alegando que estava em procedimento com um paciente em estado grave no Instituto do Rim, onde também trabalha.
A sua assistência informou que nessa manhã o hospital dispunha dos serviços de pediatra, cirurgião, obstetra e ortopedista - sobre aviso -, faltava o médico plantonista que atende os pacientes e identifica as moléstias podendo encaminhar para outro médico especialista, ou solucioná-la ele mesmo.
A direção informou que os meses de dezembro e janeiro são particularmente difíceis para o hospital, pois muitos médicos optam por tirar férias nesse período havendo uma verdadeira escassez, não apenas no hospital, mas na cidade. Em casos assim o diretor do HRJL, médico José Airton, autoriza a contratação de médicos em ritmo de urgência para suprir a ausência de um plantonista, mas mesmo oferecendo somas altas por um dia de trabalho, nem sempre é possível solucionar o problema.