Bispo Dom Plínio fala sobre abolição de taxas nos sacramentos da Diocese de Picos

Em uma entrevista exclusiva concedida pelo bispo diocesano de Picos, Dom Plínio, foi anunciado que a Diocese seguirá a decisão tomada pelo Conselho Episcopal Regional (CONSER) em relação à abolição das taxas cobradas nos sacramentos da Igreja Católica. A medida, que passará a vigorar a partir de 24 de dezembro deste ano, visa garantir o acesso aos sacramentos a todos os fiéis, independentemente de sua condição financeira.

Dom Plínio ressaltou que a prática de cobrança de taxas pelos sacramentos, como batismo, crisma, eucaristia e matrimônio, existe há quase dois mil anos e é mencionada no Código de Direito Canônico. No entanto, reconheceu que essa cobrança poderia excluir os mais necessitados, contradizendo os princípios da igreja, que prega o acesso de todos aos bens espirituais, incluindo os sacramentos. "É uma decisão que reflete a essência da mensagem cristã, que é o amor ao próximo e a preocupação com os mais vulneráveis", enfatizou o bispo.

A partir do decreto assinado pelos bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as taxas serão suspensas, não obrigando mais as pessoas a pagá-las e nem permitindo que a igreja as cobre. No entanto, Dom Plínio enfatizou a importância da contribuição voluntária das pessoas para a manutenção da igreja, que precisará buscar recursos através de ofertas, campanhas e festas.

"Esse é um convite para que todos, dentro de suas possibilidades, contribuam para o sustento da comunidade eclesial, garantindo assim a continuidade das obras e serviços realizados pela igreja em prol da sociedade", ressaltou o bispo.

O bispo destacou que muitas paróquias da Diocese de Picos já adotam essa prática de não cobrança de taxas há bastante tempo. Ele também mencionou a realização de uma assembleia em junho, em Teresina, onde serão discutidas questões relacionadas à manutenção da igreja e à garantia do acesso aos bens espirituais para todos os fiéis.

Dom Plínio finalizou ressaltando a necessidade de conscientização e participação da comunidade para que a igreja possa se manter e continuar oferecendo os sacramentos de forma gratuita. Segundo o bispo, a medida visa evitar abusos e garantir que a igreja cumpra seu papel de proporcionar o acesso aos bens espirituais a todos os seus fiéis, sem distinção.