Ex-senador Heráclito Fortes vem Picos e rebate críticas quanto a mudança de partido

O ex-senador Heráclito Fortes (PSB) esteve em Picos acompanhando o governador Wilson Martins (PSB) durante sua vistoria das obras do governo do estado na cidade. Recém filiado ao PSB ele rebateu críticas sobre a sua mudança de um partido identificado com a direita brasileira, Democratas (DEM), para um partido que se declara socialista.

“Qual é a contradição que existe? O PFL/DEM é um partido socialista, acontece que nós no Brasil confundimos ideologia, nós não temos ideologia. Não temos essa história de esquerda e direita, a nossa formação foi feita por dois partidos: UDN e PSD, um urbano e o outro rural. O PSD de onde se originou o Democratas, é socialista”, declarou.

Heráclito Fortes defendeu a sua atuação como gestor municipal de Teresina no início dos anos 1990, quando teria realizado obras voltadas para os moradores que habitam a periferia da cidade. “Então não tenho motivos que criem conflitos com o PSB”, comentou.

Indagado se essa falta de ideologia dos partidos políticos brasileiros poderia leva-lo a uma filiação ao PT, Heráclito diz tratar-se o Partido dos Trabalhadores da única agremiação brasileira que foi ideológica, mas que hoje passou a recorrer às mesmas práticas que caracterizam a política brasileira. “Naquela época combatia mensalão, combatia corrupção. São duas coisas completamente diferentes”, comentou.

O ex-senador se recusou a comentar sobre a política nacional, abstendo-se de responder a uma pergunta se apoiaria a presidenta Dilma Rousseff (PT) em um eventual segundo turno do qual o pré-candidato a presidência da República Eduardo Campos (PSB) esteja fora do páreo.

Finalizando a entrevista ele se disse incomodado por ter passado esses quatro anos longe da política, lembrando que exerceu mandatos eletivos por 32 anos. “Ainda bem que estou solto, podendo olhar para as pessoas, imagina os que estão trancafiados na Papuda em Brasília-DF, ficar trancafiado é uma desgraça”, ironizou referindo-se aos filiados ao PT condenados na Ação Penal 470, também chamada de mensalão.

Mesmo acompanhando a comitiva do Governador e visitando os municípios piauienses onde já foi votado, o ex-senador não confirmou a sua pré-candidatura a Câmara dos Deputados em 2014, candidatura esta, dada como certa.