As chuvas que caíram na região de Picos e que chegou ao município na última semana, ainda não podem ser tidas como as chuvas do inverno. Atrasado e irregular, o período chuvoso deveria ter iniciado entre outubro e novembro, segundo Eugênio Lopes, técnico em meteorologia do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia.
Na região as precipitações ocorrem há cerca de dez dias e em Picos “choveu mesmo na terça-feira (17), quando foi registrado 17 milímetros de chuva”. Com isso, as temperaturas já começaram a cair, deixando a máxima nos 32° e a mínima em 22°. Além disso, a Umidade Relativa do Ar melhorou: está em 60%.
Há a possibilidade de chuvas fracas e moderadas para os próximos dias, mas as previsões para Natal e Ano Novo ainda não podem ser feitas. Sobre a possível incidência de temporais com raios, o técnico afirma que estas chuvas iniciais ainda não foram o suficiente para evitar o choque térmico e que a previsão de temporais com raios se mantêm.
“A chuva que caiu ainda não foi o suficiente para inibir as altas temperaturas, tanto é que no último final de semana houve um temporal na região da cidade de Sussuapara e com certeza virão chuvas com fortes temporais ainda”, alertou.
Questionado sobre a os motivos que levam Picos a ser uma cidade de pouca chuva, o técnico explicou: “As pessoas costuma dizer que chove em todo canto, menos em Picos e isso é fácil de ser explicado. Esta região é castigada pela seca e a explicação que nós temos é porque nós não dispomos de recursos hídricos, não temos litoral, nem mata verde, não temos grandes açudes e lagos para proporcionar a umidade e a consequente formação de nuvens. Nossa região é semiárida porque é habitada, mas na verdade ela é sertão”.
O técnico alerta para os temporais: “Com os temporais há maior incidência de queda de raios, por isso as pessoas devem ficar atentas e se protegerem”. Eugênio recomenda que durante as tempestades as pessoas se afastem de objetos metálicos, se estiver em casa, desligar rede de energia elétrica; se estiver na rua, se abrigar em locais seguros, o carro é um local ideal.
Um raio possui projeção de cem milhões de volts e chega à terra com um milhão. “Qualquer faísca que atingir um ser vivo é impossível sobreviver. Se alguém fala que sobreviveu à queda de um raio, ele não foi atingido pela faísca e sim pelo reflexo”, informou Eugênio Lopes.