Terça-Feira, 08 de Outubro de 2024

Picos completa 123 anos com muitas expectativas para o futuro

Publicado em 20/11/2013
Por Jailson Dias
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Picos: 123 anos de história /Edson Costa

Em 12 de dezembro 2013 terão se passado 123 anos desde que o então governador do Piauí o Barão de Uruçuí assinou a Resolução n° 33 que elevou Picos a condição de cidade. Após perdas importantes, como do cinema e indústrias a cidade chega nesse novo momento histórico repleta de expectativas com a construção de dois shoppings centers e de um viaduto, cuja sua conclusão promete revolucionar o seu aspecto urbano.

No entanto, para historiadores, acadêmicos e pessoas mais idosas Picos pensa no futuro, mas termina por esquecer o seu passado que explica o motivo de uma cidade de pouco mais de 70 mil habitantes possuir uma movimentação comercial única no Piauí. “Pela sua localização, que fazia dela um centro de convergência de estradas de rodagem – por rudimentares que fossem naquela época – e de caminhos, e por estar situada em uma das áreas de maior potencialidade agropecuária do Piauí, a cidade sempre demonstrou uma nítida vocação comercial”, narra o memorialista Renato Duarte em seu livro: “Picos, os verdes anos cinquenta”.

Picos seguiu o caminho de outras grandes cidades do Nordeste, com um misto de trabalho e forte religiosidade popular, uma vez que foi erigida em volta de um templo católico. A Igreja de São José de Botas é um exemplo, depois rebatizada de Igrejinha do Sagrado Coração de Jesus, se tornaria um dos principais símbolos e cartões postais da cidade. “A Igreja foi erguida em honra de São José de Botas, uma referência aos vaqueiros e aos fazendeiros que habitavam a região”, narra a professora Oneide Rocha.

A descaracterização da paisagem urbana tem sido uma das principais marcas da cidade, com o fim de espaços de lazer como o famoso “coreto” da Praça Félix Pacheco, do qual todos já ouviram falar. No livro “Picos nas anotações de Ozildo Albano” organizado pela professora Conceição da Silva Albano e Albano Silva, consta que em 1930 surgiu a primeira “rua larga” da cidade, com o nome Coriolano de Carvalho, depois rebatizada para Avenida Getúlio Vargas, modificada constantemente pela iniciativa privada.

Por 80 anos a cidade manteve um ar interiorano, onde todos se conheciam pelos nomes, mas com a chegada do 3° Batalhão de Engenharia e Construção em 1970 milhares de pessoas vieram a Picos provocando um verdadeiro intercambio de hábitos e costumes. Segundo a professora Oneide Rocha a partir da chegada do batalhão não foi mais possível conhecer todos pelos nomes. Esse intercâmbio continua até hoje, graças ao importe polo de ensino que Picos se tornou, com duas universidades públicas e uma privada, para onde concorrem acadêmicos de todo o país.

Tendo em vista a possível chegada de cursos de medicina, a expansão imobiliária, a sua “pujança comercial” e uma população que cobra cada vez mais o que lhe é devido Picos tem motivos para acreditar que o futuro poderá ser melhor, não apenas para um pequeno número de privilegiados, mas para uma quantidade cada vez maior de cidadãos cujos direitos devem ser assegurados pelo fato de serem humanos.

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