ONS deve apresentar nesta quinta (17) relatório preliminar sobre causas do apagão

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deve apresentar, nesta quinta-feira (17), um relatório preliminar sobre as causas do apagão que afetou todas as regiões do Brasil na terça-feira (15).

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, a Chesf, subsidiária da Eletrobras, é responsável pela linha de transmissão que apresentou falhas no Ceará na terça-feira (15).

Silveira afirmou que o problema ocorreu na linha de transmissão Quixadá/Fortaleza, no Ceará, conforme informado pelo ministério. “A própria Chesf chegou à conclusão que essa linha, Quixadá-Fortaleza, abriu de um não acionamento de uma proteção que estaria programada”, disse o ministro.

No dia do apagão, o ministro afirmou que era esperado que dados técnicos sobre o problema fossem repassados dentro de 48 horas, período que se encerra nesta quinta-feira (17). “É importante dizer que os dados técnicos serão passados no momento adequado”, disse o ministro.

Como o apagão aconteceu?

O apagão começou a ser registrado nos sistemas do ONS exatamente às 8h31 de terça-feira no horário de Brasília – quando foi interrompido o tradicional aumento da carga do sistema elétrico. Em dez minutos, a carga do sistema elétrico brasileiro caiu 25,9%.

Dados do ONS mostram que o Brasil registrava 73.484,7 MW às 8h30 no horário de Brasília em trajetória de alta – exatamente como acontece todas as manhãs. Mas, no minuto seguinte, às 8h31, a carga do sistema caiu repentinamente cerca de 7%.

Gráfico da Operador Nacional do Sistema (ONS) mostra queda no momento do apagão que atingiu o Brasil nesta terça-feira (15) / Reprodução/Operador Nacional do Sistema (ONS)

Segundo o analista de Economia da CNN Fernando Nakagawa, o Norte foi a região que mais sofreu com o apagão, com uma queda de 83,8% da carga em pouco mais de dez minutos.

No Nordeste, a carga do sistema caiu 44,4%. No subsistema Sudeste-Centro-Oeste, a perda foi de 19% após o apagão e a queda chegou a 15,5% na região Sul – a que menos sofreu com o apagão.

Segundo o ONS, a ocorrência às 8h31 provocou a “separação elétrica” das regiões Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste.

Isso levou à “abertura das interligações entre essas regiões”. A “interligação elétrica” é como o ONS chama o conjunto de linhas de transmissão que conecta duas ou mais áreas do sistema.

O ministro Alexandre Silveira afirmou também que irá solicitar à Polícia Federal (PF) e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a apuração das causas do apagão, e que o objetivo seria apurar “eventuais dolos”. O Ministério da Justiça também pediu uma investigação à PF.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou que não há informação confirmada sobre as causas do apagão e considerou que “um evento dessas proporções precisa ser avaliado com critérios, para que a gente veja a causa específica”.

Fonte: CNN