Não é incomum ver pela cidade de Picos pedintes, também conhecidos por andarilhos, pessoas que não tem onde morar e passam os seus dias pelas calçadas das principais vias públicas com as mãos estendidas esperando a solidariedade dos transeuntes. Nossa equipe esteve no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que junto com a Caritas, atende em média 15 moradores de rua por mês.
A assistente social Andrea Alice informa que esse trabalho é delicado uma vez que o número de pessoas que vivem pelas ruas é rotativo, ou seja, hoje uma pessoa pode ser vista na cidade a pedir esmolas, e no dia seguinte não se sabe mais o paradeiro dessa mesma pessoa. Ela informa que a Caritas já havia desenvolvido um cadastro desses moradores de rua, que, conforme já explicado, não é estático.
A psicóloga Elzilene Soares informa ainda que alguns desses andarilhos são de cidades vizinhas e o CREAS procurar os parentes dessas pessoas para inseri-las novamente no seio familiar.
Os andarilhos são atraídos pelo CREAS e Caritas através de um café da manhã, oportunidade em que outras atividades são desenvolvidas, como exames de sangue, marcação de exame hospitalar e até a retirada de documentos de identidade civil como CPF e RG. O ponto negativo é que na maioria dos casos essas pessoas acabam perdendo esses documentos.
A assistente social Andrea Alice frisa ainda que quase todos os andarilhos que podem ser vistos pelas vias públicas de Picos, e que são naturais da cidade, tem família, mas são pessoas que escolheram estar nas ruas por opção, não conseguindo assim livrar-se de vícios como álcool e drogas ilícitas. O CREAS tenta nesse caso uma reinserção familiar. Quanto aos moradores de ruas que sofrem transtornos mentais, a sua internação no CAPS só pode acontecer caso os mesmos permitam. A internação forçada não é uma possibilidade.