Segunda-Feira, 05 de Maio de 2025

ARTIGO: Os desafios da construção de uma nova UESPI pelos próximos quatro anos

Publicado em 31/10/2013
Por Edson Costa
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No último dia 13 de novembro a comunidade da UESPI – Universidade Estadual do Piauí – elegeu com grande maioria de votos os novos comandantes da instituição. A partir do início do próximo ano os jovens professores-doutores Nouga Cardoso (da área de Química) e Bárbara Olímpia (da área de Letras – Português) serão respectivamente os novos reitor e vice-reitora da instituição. Eles tiveram mais de 60% dos votos nas eleições da instituição. Concorreram com outras três chapas e tiveram maioria nos três segmentos da instituição: professores, alunos e técnico-administrativos.

Essa dupla será a responsável pelos próximos quatro anos por interiorizar mais ainda, valorizar com mais ênfase, tentar instigar a autonomia financeira da instituição (hoje o maior sonho para a emancipação da UESPI) e potencializar, mais ainda, o que a instituição já tem feito pelo nosso estado, notadamente para as regiões mais pobres. A UESPI é a universidade no Piauí que está presente nas regiões mais carentes, é a que forma o maior número de filhos de pobres, que mais faz extensão no Sertão e no restante do interior e a que mais forma professoras e professores no interior piauiense.

Não será fácil gerir o elefante chamado UESPI. Grande, problemático, cheio de responsabilidades, mas que ajuda muita gente e tem um coração gigante e uma abrangência babélica. Uma instituição mais que reconhecida por grande parte da população do estado, mas que muitas vezes é deixada para planos inferiores pelos governantes e poderosos piauienses. É desafio dos novos gestores combater o paradoxo da ingerência política na instituição já que a UESPI depende dos sabores e humores do Governo do Estado do Piauí para receber a maioria das suas verbas. Um simples atraso nesses repasses gera um imenso colapso nas contas da instituição, que termina reverberando e minando qualquer boa administração.

Essa nova UESPI (que a chapa vencedora fez questão de chamar de Mais UESPI) tem o desafio de com pouco dinheiro fazer acontecer. Hoje a UESPI já tem uma série de ilhas de excelência em ensino e pesquisa. Essas ilhas precisam ser mais constantes e não serem exemplos isolados e pontuais.

A UESPI avançou muito no sentido de ganhar professoras e professoras (muitos realmente compromissados em mudar a história do nosso estado). Está sedimentada como universidade.

Outro grande desafio são as estruturas físicas da instituição. A maioria carece de reformas urgentes e, no caso de Picos: de novas instalações. A Capital do Mel pode ser o primeiro exemplo dessa virada, pois está sendo construído um novo e moderno campus (na zona rural da cidade). Torçamos para que seja uma constante também para outras cidades e, principalmente, para que a nova unidade da UESPI no Sertão do Piauí possa ser dotada de equipamentos modernos. Não adianta ser só um prédio novo, precisamos de equipamentos que permitam mais pesquisas e melhores aulas, tudo isso para gerar consequências para a própria comunidade da região que ganhará a curtíssimo prazo melhorias graças ao avanço das melhorias proporcionadas pela UESPI.

Muito boa sorte aos professores Nouga Cardoso e Bárbara Olímpia, pessoas que gozam de simpatia, vontade de transformar, vontade de meter o pé na lama e que têm grande empatia pela região de Picos, pois são dois jovens que vieram do interior do Piauí, enfrentaram dificuldades e sabem do quanto o interiorano é guerreiro.

Por: Orlando Maurício de Carvalho Berti

Jornalista, nascido e criado no Sertão do Piauí, andando e conhecendo um série de faces e interfaces na região de Picos. Professor efetivo (Assistente II – DE), pesquisador e extensionista do curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo da UESPI – Universidade Estadual do Piauí. Estuda atualmente fenômenos comunicacionais ligados ao Sertão nordestino. Ex-professor e pesquisador dos cursos de Jornalismo da UESPI de Picos e da Faculdade R.Sá. É estudante do último ano do Doutorado em Comunicação Social na UMESP – Universidade Metodista de São Paulo, por onde também é mestre na mesma área. Fez recentemente estágio doutoral na Universidad de Málaga, na Espanha.

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